Redação Pragmatismo
Barbárie 08/Ago/2017 às 13:54 COMENTÁRIOS
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Estuprador de 2010 atropela três pessoas em Florianópolis

Publicado em 08 Ago, 2017 às 13h54

Foi identificado o motorista que atropelou três pessoas no badalado bairro de Jurerê e fugiu sem prestar socorro. Trata-se do filho de diretor da RBS que estuprou uma adolescente em 2010. Blogueiro que denunciou o caso, na época, foi encontrado morto

sérgio sirotsky atropela rbs
Jovem de 21 anos em foto publicada na sua rede social com o carro usado por ele no momento do acidente Foto: Reprodução

A polícia finalmente identificou o motorista que atropelou três pessoas na manhã do último domingo (6) em Florianópolis e fugiu sem prestar socorro.

O condutor do Audi A3 é Sérgio Orlandini Sirotsky, de 21 anos. O jovem, que é herdeiro de família rica, voltava de uma festa em Jurerê. As informações são do delegado Otávio Cesar Lima, que coordena a investigação.

Os nomes das vítimas foram divulgados: Rafael Machado da Cruz, Edson Mendonça de Oliveira e Sérgio Teixeira da Luz.

Luz, que foi atropelado duas vezes, está em estado grave, em coma e passará por uma série de cirurgias. Cruz também sofreu fraturas e Mendonça, que tem ferimentos aparentemente leves, relatou que eles estavam de costas quando foram atropelados.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, as vítimas foram atingidas às 5h30 em frente a uma balada.

O advogado de Sirotsky, Nilton Macedo Machado, afirma que seu cliente está ‘abalado’ e quer prestar solidariedade às vítimas, apesar de ter fugido do local sem prestar socorro.

“A gente ainda tá levantando bem os dados. Ele está realmente muito abalado, chateado. Hoje vamos partir para atender os envolvidos e avaliar a situação”, disse.

Até o fim da tarde de domingo (6) a única informação que a polícia tinha era que o veículo estava registrado em nome de uma empresa, mas não sabia ainda quem conduzia o carro.

Delegacia

Apesar de ter anunciado que se apresentaria na manhã desta terça-feira (8), Sirotsky não compareceu à delegacia e o seu advogado desmarcou a apresentação sem justificar ou anunciar nova data.

De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Otávio Cesar Lima, Sirotsky deverá ser apresentado em outro momento, em data ainda a ser definida pela defesa.

“O advogado cancelou a apresentação nesse momento e ficou de marcarmos uma nova data. Não justificou e não deu um novo prazo”, afirmou.

Ao ser questionado sobre por que não prendeu o jovem, o delegado afirmou: “A prisão está fora do meu alcance. Ultrapassou o prazo do flagrante. O que posso fazer é representar, dependendo do caso, mas cabe ao juiz decretar a prisão”.

Estupro em 2010 e blogueiro morto

Sérgio Orlandini Sirotsky é filho do diretor do Grupo RBS de Comunicação (afiliada da Rede Globo) em Santa Catarina.

Em 2010, quanto tinha 14 anos, o jovem estuprou uma adolescente de 13 anos, acompanhado de amigos. O crime teve requintes de crueldade e foi abafado por toda a mídia.

Na época, o blogueiro Amilton Alexandre, conhecido como ‘Mosquito’, foi o único jornalista que tentou investigar e o caso e fazer um pouco de barulho em meio ao silêncio conveniente. Mosquito foi encontrado morto (relembre aqui).

Naquele ano, Elio Gaspari escreveu as seguintes palavras em sua coluna:

O que aconteceu no apartamento do garoto não se sabe com precisão, pois o inquérito policial e o processo correm em segredo de Justiça. Durante a investigação, quem devia preservar o sigilo permitiu que ele vazasse.

A jovem contou em seu depoimento que foi estuprada por um ou dois rapazes, ambos menores. Além do dono do apartamento, denunciou o filho de um delegado. Medicada num hospital, deu queixa à polícia e submeteu-se a um exame de corpo de delito. Nos últimos dez dias, o caso explodiu na internet.

A família Sirotsky publicou um comunicado informando a ocorrência do “lamentável episódio”, lembrando que “confia integralmente nas autoridades policiais”.

Para que se possa confiar mais nessas autoridades, o secretário de Segurança de Santa Catarina deve exonerar o delegado Nivaldo Rodrigues, diretor da Polícia Civil de Florianópolis. Numa entrevista gravada, ele disse o seguinte:

“Eu não posso dizer que houve estupro. Houve conjunção carnal. Houve o ato. Agora, se foi consentido ou não, se foi na marra, ou não, eu não posso fazer esse comentário, porque eu não estava presente”.

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Imagem do carro de Sirotsky após o atropelamento

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