Redação Pragmatismo
Direita 17/Ago/2017 às 16:23 COMENTÁRIOS
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A carta aberta de um pai ao saber que o filho foi identificado como neonazista

Publicado em 17 Ago, 2017 às 16h23

Pai de neonazista escreve carta após filho ser identificado como um dos nacionalistas brancos que participaram das marchas em Charlottesville

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Catraca Livre

Uma conta anônima no Twitter, intitulada @YesYoureRacist( “sim, você é racista”), está pedindo que os internautas ajudem a identificar neonazistas que participaram das marchas em Charlottesville, Virgínia (EUA), para que eles percam seus empregos.

Por meio dessa conta, o pai do jovem Peter Tefft soube da participação do filho no evento e decidiu escrever uma carta aberta para o jornal local “The Forum“. No texto, o norte-americano Pearce Tefft repudiou o posicionamento político de seu filho.

De acordo com ele, o rapaz é um “nacionalista branco declarado” que um dia afirmou que “a questão sobre nós, fascistas, não é que não acreditemos em liberdade de expressão. Você pode dizer o que quiser. Nós apenas vamos te jogar em um forno“.

Peter se identifica como membro da “alt-right” (a direita alternativa americana) em seu perfil do Facebook e esteve em Charlottesville para participar de atos de um grupo de nacionalistas.

Para seu pai, expor o repúdio é importante para impedir que o movimento dos neonazistas continue a avançar. “Por favor, filho, renuncie ao ódio, aceite e ame a todos“, declarou.

Leia a carta na íntegra:

Meu nome é Pearce Tefft, e escrevo a todos, a respeito do meu filho mais novo, Peter Tefft, um nacionalista branco declarado que tem aparecido em diversas reportagens locais nos últimos meses.

Na última sexta-feira meu filho viajou para Charlottesville, e foi entrevistado por uma equipe de jornalistas enquanto marchava ao lado de outros nacionalistas brancos, que alegadamente acabaram matando uma pessoa.

Eu, junto de todos os seus irmãos e de sua família, desejo contundentemente repudiar a retórica e as ações torpes, odiosas e racistas de meu filho. Não sabemos exatamente onde ele aprendeu tais crenças. Não foi em casa.

Tenho dividido minha casa e meu coração com amigos e conhecidos de todas as raças, gêneros e credos. Ensinei às minhas crianças que todos os homens e mulheres são iguais. Que temos de amar a todos igualmente.

Evidentemente Peter decidiu por desaprender tais lições, para desgosto e sofrimento meu e de sua família. Estávamos em silêncio até agora, mas agora vemos que isso foi um erro. Foi o silêncio de boas pessoas que permitiu que os nazistas florescessem da primeira vez, e é o silêncio de boas pessoas que está permitindo que floresçam agora.

Peter Tefft, meu filho, não é mais bem-vindo em nossas reuniões familiares. Eu rezo para que meu pródigo filho renuncie suas crenças odiosas e volte para casa. Só assim poderei novamente sorrir.

Suas opiniões de ódio estão trazendo retóricas de ódio na direção de seus irmãos, primos, sobrinhos e sobrinhas, assim como de seus pais. Somos culpados de tal associação? Novamente, nenhuma de suas crenças ele aprendeu em casa. Nós não aceitamos e jamais aceitaremos sua deturpada visão de mundo.

Ele certa vez disse, em tom jocoso: ‘a questão sobre nós, fascistas, não é que não acreditemos em liberdade de expressão. Você pode dizer o que quiser. Nós apenas vamos te jogar em um forno’.

Peter, você vai ter que atirar nossos corpos no forno também. Por favor, filho, renuncie ao ódio, aceite e ame a todos.”

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