Redação Pragmatismo
Meio Ambiente 13/Jul/2017 às 15:12 COMENTÁRIOS
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Iceberg maior que o DF se descola da Antártida e está à deriva

Publicado em 13 Jul, 2017 às 15h12

Após meses de expectativas, um dos maiores icebergs já documentados acaba de se descolar da Antártida e está à deriva no oceano. O bloco gigante de gelo tem uma área maior que a do Distrito Federal

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Plataforma de gelo Larsen C (reprodução)

Um dos maiores icebergs já documentados acaba de se descolar da Antártida.

O bloco gigante de gelo tem 6 mil km², uma área maior que a do Distrito Federal. O novo iceberg provavelmente está entre os dez maiores já registrados por um satélite.

Um satélite americano observou o iceberg na quarta-feira enquanto passava por uma região chamada de plataforma de gelo Larsen C, na Antártida.

Os cientistas já esperavam pelo acontecimento, já que eles monitoravam o avanço de uma enorme fenda na plataforma há mais de uma década.

Em maio, os satélites Sentinel-1 da União Europeia haviam registrado uma curva na fenda da Larsen C, indicando uma possível mudança de direção.

Agora que se desprendeu, o enorme bloco deve se afastar gradualmente da plataforma de gelo.

Isso não deve acontecer rapidamente porque o Mar de Wedell é repleto de gelo, mas tenho certeza de que será mais rápido do que todo o processo de ruptura dos últimos meses. Tudo dependerá das correntes e dos ventos“, explica Adrian Luckman, professor da Universidade de Swansea, no Reino Unido.

A Larsen C é a maior plataforma de gelo no norte da Antártida. As plataformas de gelo são as porções da Antártida onde a camada de gelo está sobre o oceano e não sobre a terra.

Segundo cientistas, o descolamento do iceberg pode deixar toda a plataforma Larsen C vulnerável a uma ruptura futura.

A plataforma tem espessura de 350 m e está localizada na ponta oeste da Antártida.

Os pesquisadores vinham acompanhando a rachadura na Larsen C há muitos anos. Recentemente, porém, eles passaram a observá-la mais atentamente por causa de rupturas das plataformas de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em 2002.

No ano passado, cientistas afirmaram que a rachadura na Larsen C estava aumentando rapidamente.

Mas, em dezembro, o ritmo aumentou a patamares nunca antes vistos, avançando 18 km em duas semanas.

Aquecimento global

Os cientistas dizem, no entanto, que o fenômeno é geográfico e não climático. A rachadura existe por décadas, mas cresceu durante um período específico.

Eles acreditam que o aquecimento global tenha antecipado a provável ruptura do iceberg, mas não têm evidências suficientes para embasar essa teoria.

No entanto, os cientistas permanecem preocupados sobre o impacto do descolamento desse iceberg do restante da plataforma de gelo, já que a ruptura da Larsen B, em 2002, ocorreu de forma muito semelhante.

A expectativa dos cientistas é de que a recém separada plataforma se movimente pouco nos próximos anos.

Mas, novas rupturas na plataforma podem acabar dando origem a geleiras que, em vez de permanecer na região, rumariam ao oceano. Uma vez que esse gelo derrete, afeta o nível dos mares.

Ainda há poucas certezas absolutas, contudo, sobre uma mudança iminente no contorno da Antártida.

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