Redação Pragmatismo
Michel Temer 24/Mai/2017 às 23:59 COMENTÁRIOS
Michel Temer

Michel Temer admite que decisão de convocar os militares foi sua

Publicado em 24 Mai, 2017 às 23h59

Depois de ser desmascarado por documento, Michel Temer admite que foi dele a decisão de convocar as Forças Armadas. As tropas formadas por 1.300 integrantes do Exército e 200 fuzileiros navais já estão nas ruas de Brasília

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Isabella Macedo e Edson Sardinha, Congresso em Foco

O presidente Michel Temer admitiu esta noite (24) que foi dele, e não do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a decisão de convocar tropas das Forças Armadas para a “garantia da lei e da ordem” em Brasília até o próximo dia 31. Em nota, Temer reconheceu que Maia havia pedido o emprego da Força Nacional de Segurança, mas afirma que optou pela convocação de 1.300 integrantes do Exército e 200 fuzileiros navais devido à “insuficiência dos meios policiais” solicitados pelo presidente da Câmara.

No final da tarde, Maia cobrou do governo que “repusesse a verdade”, já que ele estava sendo responsabilizado por deputados da oposição pelo decreto presidencial. Ele também considerou excessiva a decisão do governo de manter tropas das Forças Armadas na cidade mesmo após o encerramento do protesto.

O governo alega que os atos de violência registrados hoje “colocaram em risco a vida e a incolumidade dos servidores” que trabalham na Esplanada. A decisão de Temer pegou de surpresa o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, que reclamou por não ter sido consultado e reprovou a adoção da “medida extrema”.

Diante de tais circunstâncias, o Presidente da República, após confirmada a insuficiência dos meios policiais solicitados pelo presidente da Câmara dos Deputados, decidiu empregar, com base no artigo 142 da Constituição Federal, efetivos das Forças Armadas com o objetivo de garantir a integridade física das pessoas, proporcionar evacuação segura dos prédios da Esplanada e proteger o patrimônio público, tal como foi feito anteriormente em vários Estados brasileiros. Restabelecendo-se a ordem, o documento será revogado”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). Ainda de acordo com o comunicado, o presidente “não hesitará em exercer a autoridade que o cargo lhe confere sempre que for necessário”.

Temer é investigado no Supremo Tribunal Federal por obstrução da Justiça, corrupção e organização criminosa. Uma das acusações contra o presidente é de ter silenciado diante da confissão de crimes pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, como a compra de dois juízes que o investigavam e a infiltração de um procurador da República que vazava para ele informações privilegiadas. O presidente também é acusado de receber propina.

A Polícia Militar estima que mais de 35 mil pessoas participaram da manifestação. Os ministérios localizados na Esplanada foram esvaziados. Foram registrados vários casos de incêndios e depredações e confrontos entre manifestantes e policiais. Estima-se que cerca de 50 pessoas tenham ficado feridas durante os protestos e os confrontos.

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