Inspeção flagra trabalho escravo infantil em grife de luxo de São Paulo
Grife de luxo é flagrada em investigação fazendo uso de trabalho escravo e infantil na confecção de suas roupas
![Brooksfield Inspeção flagra trabalho escravo infantil em grife de luxo de São Paulo imigrantes bolivainos](https://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2016/06/inspecao-flagra-trabalho-escravo-infantil-em-grife-de-luxo-de-sao-paulo.jpg)
Cinco trabalhadores bolivianos, incluindo uma garota de 14 anos, foram encontrados em uma oficina no bairro de Aricanduva, em São Paulo (SP). Os imigrantes não tinham carteira assinada, férias e dormiam no local de trabalho inalando um cheiro forte. Os vasos sanitários não tinham porta e as camas eram separadas das máquinas de costura por placas de madeira e plástico.
Uma investigação de fiscais do Ministério do Trabalho sugere que a grife de luxo Brooksfield utiliza trabalho escravo e infantil na confecção de suas roupas. A inspeção foi feita em uma oficina subcontratada da empresa em São Paulo no início de maio.
Os trabalhadores recebiam o pagamento de acordo com o quanto produziam. Em média, ganhavam R$ 6 por peça confeccionada. A Via Veneto, proprietária da Brooksfield Donna, negou a acusação e informou que “não mantém e nunca manteve relações com trabalhadores eventualmente enquadrados em situação análoga a de escravos pela fiscalização do trabalho”.
A empresa se recusou a pagar as multas trabalhistas que são estimadas em R$ 17,8 mil. As peças chegam a ser vendidas nas lojas por R$ 500. De acordo com o relatório da inspeção do MTE, a marca “é inteiramente responsável pela situação encontrada na oficina” e foi considerada “a real empregadora”, responsável “pelos ilícitos trabalhistas constatados”.
Segundo o relatório da fiscalização, “apenas com muitas horas de trabalho os trabalhadores imigrantes conseguiriam gerar renda suficiente para garantir as despesas com alimentação e moradia administradas pelo gerente da oficina, além da almejada sobra que, remetida à Bolívia e convertida em moeda local, poderia minimamente prover a subsistência de uma família inteira”.
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Como a marca se recusou a pagar as despesas e reconhecer o vínculo com as oficinas, o Ministério Público do Trabalho instaurou um inquérito civil contra a empresa.