Redação Pragmatismo
Impeachment 12/Abr/2016 às 10:52 COMENTÁRIOS
Impeachment

Mano Brown, Rappin' Hood, Renegado e nomes do Hip Hop dizem não ao golpe

Publicado em 12 Abr, 2016 às 10h52

“Os articuladores do impeachment estão preocupados em chegar ao poder. Não estão preocupados com o povo brasileiro”, diz Mano Brown. Mais de 50 entidades e líderes ligados ao movimento Hip Hop divulgam manifesto contra o golpe: “Sempre que a Globo, a Veja e a Folha estiverem de um lado. Pode acreditar, nós estaremos do outro lado”

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Rappers e artistas ligados ao movimento hip hop se posicionam contra o golpe (Pragmatismo Político)

O rapper Mano Brown se pronunciou sobre a crise política no Brasil. Em entrevista à BandNews FM, o líder do grupo Racionais Mc’s afirmou que a oposição e aqueles que querem derrubar o governo da presidente Dilma Rousseff querem apenas trocar o comando, mas não estão verdadeiramente preocupados com os problemas do país.

“O triste é ver que eles não estão preocupados com Brasil. Eles estão preocupados em substituir quem está no poder”, afirmou o músico, da banda Racionais MC´s, um dos maiores sucessos do rap nacional.

Mano Brown afirmou que o começo do governo do ex-presidente Lula foi brilhante. “A ideia do Bolsa Família tirou o Brasil de uma condição e levou para outra”, afirmou.

Nessa época, diz ele, as pessoas se encheram de um orgulho de ser brasileiro. “Quando o Brasil pagou a dívida do FMI. Quando teve uma crise mundial e o Brasil passou por ela”, diz ele.

Mas, segundo o músico, essa estratégia foi sabotada por quem se sentiu prejudicado pelas novas divisões sociais mais igualitárias possibilitadas pelo governo Lula. “Nas novas divisões o dinheiro teve que ser repartido por pessoas que antes não comiam, não vestiam, não tinham vontade de viver mais”, afirmou o artista.

“Tem gente que vivia melhor antes. Vivia do privilégio e não da Justiça. E milhões de pessoas que viviam abaixo da Justiça, abaixo da humanidade”, declarou Brown.

Renegado

Em um depoimento comovente durante o ato realizado contra o golpe no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 11, o cantor e compositor de rap, funk, hip hop Flavio Renegado declamou um poema e afirmou: “A periferia está organizada. As comunidades nunca se calaram. O Brasil nunca ouviu as comunidades. Nós sempre sobrevivemos a tudo e vamos sobreviver ao golpe”.

Emicida

Nas últimas semanas, em vídeo que convocava a população a defender a democracia no Brasil, o rapper Emicida citou Malcolm X: “Se você não for cuidadoso, os jornais farão você amar os opressores, e odiar os oprimidos”.

Emicida continuou: “Sofremos muito para conquistar a democracia que temos hoje. Peço a todos muito calma, serenidade e inteligência nesses tempos difíceis. Golpe não é andar para frente”.

Criolo

No mesmo vídeo em que aparece Emicida, outro grande artista do cenário da música negra brasileira se posiciona contra o golpe. Para Criolo, o momento é de não abrir mão das conquistas históricas. “Não vamos abrir mão dos direitos que tanto lutamos para conquistar. É necessário, é urgente e é agora”, afirma o músico.

Rappin’ Hood

Rappin’ Hood já se manifestou diversas vezes contra o golpe e em defesa da democracia. Para ele, a tentativa de tirar Dilma Rousseff do poder, à força, tem a ver com as conquistas do povo pobre ao longo dos últimos anos.

Para o rapper, “alguém” está incomodado com o progresso da classe trabalhadora e dos mais pobres. “Não é por mal, mas são anos de injustiças sendo reparados, quer eles queiram ou não. Dilma foi eleita de forma legítima e terminará o mandato legitimamente. Eu não conheço terceiro turno”, ironizou.

Ao se referir à grande mídia, Hood disse que não é de hoje que os meios de comunicação manipulam o povo. “As pessoas não podem acreditar naquilo que veem na TV, elas têm que acreditar naquilo que veem nas ruas. As ruas dizem a verdade, a mídia não”.

Hip Hop contra o golpe

Diversos representantes do Movimento Hip Hop no Brasil divulgaram recentemente uma carta em defesa da democracia, frente às ameaças de golpe contra a legalidade institucional do país.

O documento afirma que “sempre que a Globo, a Veja, a Folha, a política e todos esses filhos da ditadura estiverem de um lado, nós estaremos do outro lado, do seu lado”, afirma, convocando “todas as manas e manos que vivem ou desenvolvem ‘arte-vismo’ nas periferias” a defenderem direitos democráticos.

A carta classifica como golpista as investidas da grande mídia, e de setores ligados ao capital, contra o governo da presidente Dilma Rousseff, eleita via processo eleitoral democrático constitucional.

“Quando homens sem caráter, que roubaram durante 500 anos riquezas da nação e tentam culpar a única mulher presidenta de nossa história, nós não vacilamos, lutaremos e diremos em alto e bom som: É GOLPE”, afirma o documento.

Vídeos:

Roda Mundo“Todos na rua!Todos!Unidos,juntos, fortes, felizes. NA RUA!”

Publicado por Roda Mundo em Quinta, 31 de março de 2016


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