Redação Pragmatismo
Terrorismo 14/Jan/2015 às 13:06 COMENTÁRIOS
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Al Qaeda Iêmen assume autoria de atentado contra Charlie Hebdo

Publicado em 14 Jan, 2015 às 13h06

Em vídeo, chefe da Al Qaeda no Iêmen reivindica ataque a 'Charlie Hebdo'. Líder revela que a organização escolheu o alvo e financiou o atentando "em vingança pelas ofensas contra o profeta Maomé"

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Nasr bin Ali al Anesi, líder da Al Qaeda no Iêmen (divulgação)

O grupo terrorista AQPA (Al Qaeda na Península Arábica), braço da organização consagrada por Osama bin-Laden baseado no Iêmen, assumiu nesta quarta-feira (14) a autoria do atentado cometido há uma semana contra a sede da revista satírica francesa “Charlie Hebdo”, que deixou 12 mortos em Paris.

SAIBA MAIS: Conheça a história do AQPA, o braço mais ativo e perigoso da Al Qaeda

Em um vídeo divulgado em fóruns jihadistas na internet, Nasr bin Ali al Anesi, um dos líderes da organização, afirmou que a “bendita invasão de Paris” foi planejada pela cúpula da organização a partir de uma ordem de “seu chefe supremo”, o egípcio Ayman al-Zawahiri, que substituiu Bin Laden no comando da facção, e em vingança pelas ofensas contra o profeta Maomé. “Os heróis foram recrutados e agiram”, declarou.

“Nós, a Organização da Al Qaeda Al Jihad na Península Arábica, assumimos a responsabilidade por essa operação como vingança pelo mensageiro de Deus”, disse Anasi. “Fomos nós que escolhemos o alvo, financiamos a operação e recrutamos o chefe”. “A operação foi realizada por ordem de nosso emir Ayman al-Zawahiri e de acordo com a vontade póstuma de Osama bin-Laden”, acrescentou.

O texto lido tinha como título: “Vingança para o profeta de Alá: mensagem sobre o bendito ataque de Paris”, e o vídeo, de quase doze minutos de duração e realizado pela produtora da organização, a Al Malahem Media, mostra Al Anesi em primeiro plano e atrás imagens do atentado e dos irmãos Kouachi, autores do ataque.

Um dos irmãos Kouachi, apontados como os autores do atentado e mortos depois pela polícia, disse pertencer ao grupo terrorista pouco depois de invadir a redação. Said recebeu treinamento militar no Iêmen em 2011, segundo informações governamentais.

“Estes heróis se levantaram para cumprir as promessas que tinham feito a Deus, curaram a ira dos fiéis muçulmanos e apagaram o fogo de raiva que tinham”, disse Anasi. “É um ponto de inflexão (o ataque) na história da luta contra os inimigos de Deus”, continuou, convocando toda a nação muçulmana a “se levantar e se sacrificar como vingança pelo sangue derramado e a dignidade violada”.

Anesi também disse que “os chefes da apostasia” estão impactados e se uniram para “fortalecer sua fraqueza e tentar curar suas feridas”, mas advertiu que “estas feridas não se curaram nem se vão se curar, nem em Paris, nem em Nova York, nem em Washington, nem em Londres e nem na Espanha”.

No dia 10 de janeiro, um funcionário religioso da AQPA afirmou que a organização realizaria mais atentados como o registrado em Paris “contra os infiéis que insultam Maomé”, mas não assumiu diretamente a autoria do atentado. “Não estarão seguros enquanto combaterem Alá, seu mensageiro e os fiéis”, declarou Harith al-Nadhari.

VEJA TAMBÉM: As charges da nova edição do Charlie Hebdo

O semanário satírico francês lançou hoje uma edição especial com uma nova charge de Maomé, desta vez com o profeta chorando com um cartaz escrito “Je suis Charlie” (eu sou Charlie) sob a frase “Tout est perdonné” (tudo está perdoado).

Agências Internacionais

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