Caso Tayná: IML teria destruído provas do crime
Caso Tayná: família diz que IML destruiu provas do crime ao queimar roupas da adolescente. Em nota, órgão afirmou que a incineração é procedimento comum após análise
A família da jovem Tayná da Silva, de 14 anos, afirma que o IML (Instituto Médico Legal) queimou as roupas da adolescente e que apenas a calcinha foi preservada. Um pedido foi feito para que o cadáver seja exumado, mas a família disse acreditar que a queima das peças atrapalhe a realização de uma nova perícia.
A irmã Márcia Silva afirmou que a roupa deveria ser preservada por poder conter sêmen dos suspeitos. Em nota, o IML diz que tanto o cadarço, quanto as botas e demais pertences da menina Tayná estão guardados no instituto. As roupas dela passaram por várias análises, mas como em casos comuns, o IML incinera o que não serve mais como prova. Isso só acontece caso a família não queira os pertences, que passam a ser considerados lixo especial.
A Associação dos Médicos Legistas entrou com uma representação pedindo que a polícia abra uma sindicância para apurar as condições que o laudo sobre o sêmen foi feito. Segundo a associação, o médico que estava de plantão não fez o exame, mas sim acionou outro que não estava trabalhando, o que seria irregular.
Em nota, a Polícia Científica do Paraná “esclarece que a necropsia do corpo da menina Tayná Adriane da Silva, 14 anos, e a coleta de materiais para exames complementares foram realizadas pelo médico-legista que é chefe do necrotério do Instituto Médico-Legal de Curitiba, Alexandre Gebran Neto. O laudo foi elaborado em conjunto com o diretor do IML do Paraná, Porcídio Vilani. A realização dos exames por parte desses médicos legistas ocorreu por determinação do diretor-geral da Polícia Científica, Leon Grupenmacher, em razão do clamor público que existia em torno do caso, para possibilitar a imediata realização do exame e pela vasta experiência dos médicos legistas designados”.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Paraná denunciou nesta quinta (1º) à Justiça 21 pessoas por envolvimento no caso de tortura a quatro suspeitos de estuprar e matar a adolescente Tayná da Silva.
Uma pessoa foi denunciada por falso testemunho, uma por lesão corporal de natureza grave e abuso de autoridade, e 19 por tortura — duas delas foram acusadas por crime de natureza sexual. Entre os 21 denunciados, estão 16 policiais civis, um policial militar, dois guardas municipais e dois presos “de confiança”.
Os quatro rapazes foram soltos a pedido do Ministério Público após a divulgação do laudo sobre o sêmen. Tayna foi estuprada e a causa da morte foi dada como asfixia. A Justiça ainda não decidiu se autoriza a exumação.
com R7