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Religião 13/Mar/2012 às 17:30 COMENTÁRIOS
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Bispo afirma que a PUC não deveria ter professor gay ou comunista; docentes respondem

Publicado em 13 Mar, 2012 às 17h30

Dom Bergonzini se notabilizou nas últimas campanhas presidenciais ao distribuir cerca de dois milhões de folhetos contra a candidatura de Dilma Rousseff por ela ser defensora da legalização do aborto

Luiz Gonzaga Bispo PUC Aborto

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, 75, bispo emérito de Guarulhos, na Grande São Paulo, escreveu em seu blog que a PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo só deveria ter professores que comungam com a fé cristã.

Disse que os docentes que defendem a descriminalização do aborto, “ideologia homossexual”, eutanásia, maconha e comunismo deveriam sair da universidade.

“Se a PUC é da Igreja Católica, [o professor] deve seguir o Evangelho e a moral cristã”, escreveu. “[A universidade] não pode ter em seu corpo docente professores que contrariem os ensinamentos da Igreja.”

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Bergonzini citou o jornalista Leonardo Sakamato, que defende a liberação do aborto, como exemplo de professor que não poderia ter sido contratado pela universidade católica.

Sakamato afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que quem defende os direitos humanos, como ele, acaba sempre criticado pelos setores mais conservadores da sociedade. “Eu defendo que o bispo continue com o direito de defender sua opinião, mas essa posição mostra que ele quer evitar que o outro continue falando.”

Maria Beatriz Costa Abramides, representante dos docentes da universidade, disse que a PUC se dedica ao conhecimento do interesse da população, e não do da religião. “Sempre lutamos por uma universidade laica e plural.”

Essa é também a opinião de Guilherme Bertoldi, vice-presidente do Centro Acadêmico de Economia.

Dom Bergonzini se notabilizou nas últimas campanhas presidenciais ao distribuir cerca de dois milhões de folhetos contra a candidatura da petista Dilma Rousseff por ela ser defensora da legalização do aborto.

Mais recentemente, o bispo afirmou em uma entrevista que há casos de estupro em que a culpa é da mulher.

Estadão & Paulopes

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