Redação Pragmatismo
Meio Ambiente 01/Set/2011 às 15:42 COMENTÁRIOS
Meio Ambiente

R$ 80 mil pela cabeça do extrativista Raimundo Belmiro, oferecem criminosos

Publicado em 01 Set, 2011 às 15h42

Defensor da Floresta, o discípulo de Chico Mendes não se cala e denuncia a extração ilegal de madeira e hoje está com a cabeça a prêmio

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Raimundo Belmiro (reprodução)

Em ofício encaminhado à Polícia Federal, procuradores da República solicitaram medidas de proteção a trabalhadores rurais ameaçados de morte no Pará. O caso mais grave é do extrativista Raimundo Belmiro. Conforme denúncias, foram oferecidos R$ 80 mil pelo seu assassinato.

São inúmeras as lideranças ameaçadas por madeireiros, grileiros e pistoleiros no estado. Segundo o procurador Bruno Gutschow, Raimundo vem denunciando a retirada ilegal de madeira na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, em Altamira. Ele acredita que esse possa ser o motivo da perseguição.

É um valor até incomum porque geralmente a pistolagem age com valores menores. Isso é um indício de que ele estaria causando muitos problemas aos criminosos. Em função disso, seria mais importante ainda a atuação do Estado no sentido de apurar a situação e dar uma proteção efetiva a pessoa.

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As autoridades de segurança pública também receberam o comunicado do Ministério Público Federal (MPF), que demonstra preocupação com os familiares de Zé Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, mortos numa emboscada, em Nova Ipixuna, no mês de maio.

Em 2010 ocorreram 1.186 conflitos no campo brasileiro, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Naquele ano, foram assassinadas 34 pessoas.

Para Gutschow, há uma relação entre as disputas por terras e a violência.

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Se você fizer um mapa do Pará, verá que o mapa do desmatamento coincide com o mapa dos homicídios e com o mapa dos conflitos agrários. E a presença do Estado para coibir tudo o que há de ilegal aqui ainda é muito pequena.”

Recentemente, a CPT anunciou que, quando se trata de crimes no campo, “o comportamento da Polícia vai na linha de investigar as vítimas, e não os responsáveis pelas mortes”.

José Américo, RadioagênciaNP

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