Redação Pragmatismo
Notícias 19/Ago/2025 às 21:42 COMENTÁRIOS
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Maduro mobiliza 4,5 milhões de reservistas após Trump oferecer US$ 50 milhões por sua captura e deslocar navios

Publicado em 19 Ago, 2025 às 21h42

Após oferecer US$ 50 milhões pela captura de Nicolás Maduro, Donald Trump envia poderosa frota de navios para a costa da Venezuela. Porta-voz da Casa Branca afirma que EUA usarão 'toda a força' contra o país sul-americano, que detém a maior reserva de petróleo do mundo

trump maduro

Por Ana Oliveira e Felipe Borges

A crise entre Estados Unidos e Venezuela entrou em uma nova fase de hostilidade aberta. Após anunciar uma recompensa recorde de US$ 50 milhões pela captura do presidente Nicolás Maduro, o governo Donald Trump deslocou três destróiers equipados com sistemas de mísseis guiados para o Caribe, próximos à costa venezuelana. Em resposta, Maduro ordenou a mobilização de 4,5 milhões de reservistas, em um gesto de demonstração de força e resistência diante do que classificou como “ameaças bizarras de um império em declínio”.

“Toda a força” contra Maduro

A escalada começou na segunda-feira (18), quando a Casa Branca confirmou a movimentação da frota militar. Segundo a Reuters e a Associated Press, os navios USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson já se encontram em deslocamento para a região. Mais de 4 mil militares americanos devem integrar a operação, oficialmente apresentada como ação de combate ao narcotráfico.

Nesta terça-feira (19), a porta-voz do governo dos EUA, Karoline Leavitt, afirmou que Trump está preparado para usar “toda a força americana” contra o regime chavista. “Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o narcotráfico”, disse a porta-voz.

O termo em inglês utilizado por Leavitt — power — pode ser traduzido como “força” ou “poder”, o que acentuou as especulações sobre uma possível intervenção direta.

Caracas reage

O governo venezuelano reagiu com veemência. Em comunicado oficial, classificou as acusações de cumplicidade com o narcotráfico como “ameaças” que colocam em risco “a paz e a estabilidade da região”.

Na segunda-feira (18), em discurso televisionado, Maduro afirmou que a Venezuela “defenderá seus mares, seus céus e suas terras” diante do que chamou de “ameaça absurda” dos Estados Unidos. No mesmo ato, anunciou o plano de mobilização de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional.

“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas”, declarou o presidente diante de apoiadores em Caracas.

Recompensa sem precedentes

A recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro representa o maior valor já oferecido pelos Estados Unidos por um chefe de Estado estrangeiro. O montante supera o que foi destinado à captura de Osama Bin Laden após os atentados de 11 de setembro de 2001 — na época, US$ 25 milhões.

A ofensiva contra Maduro remonta a março de 2020, ainda no primeiro mandato de Trump, quando o Departamento de Justiça dos EUA o acusou formalmente de narcoterrorismo. Desde então, o valor da recompensa cresceu progressivamente: de US$ 15 milhões em 2020, para US$ 25 milhões em janeiro de 2025, sob o governo Biden, como retaliação à posse de Maduro para mais um mandato. Agora, em 2025, o valor foi dobrado.

Segundo a procuradora-geral norte-americana, Pam Bondi, Maduro seria “um dos maiores narcotraficantes do mundo” e representaria ameaça direta à segurança dos Estados Unidos.

Petróleo e geopolítica

O pano de fundo da escalada é a disputa em torno das reservas de petróleo venezuelanas, as maiores do planeta, estimadas em mais de 300 bilhões de barris. Washington mantém uma política de sanções severas contra Caracas desde 2017, restringindo exportações de petróleo e isolando a economia venezuelana do sistema financeiro internacional.

Analistas apontam que a ofensiva militar e a recompensa bilionária elevam o risco de um confronto aberto entre os dois países, com impactos potenciais para toda a América Latina.

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