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Jovem Pan demite Tiago Pavinatto e pavimenta caminho para conseguir verbas do governo Lula

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Ao demitir Tiago Pavinatto, que tem feito defesas apaixonadas de Jair Bolsonaro até no caso das joias, Jovem Pan mostra que está disposta a tudo para conseguir verbas da publicidade estatal no governo Lula. Em nota oficial, emissora justificou que a demissão ocorreu porque apresentador se negou a pedir desculpas a desembargador. Nos bastidores, porém, a informação é de que a narrativa encontrada foi boa para ambas as partes

Tiago Pavinatto

A Jovem Pan demitiu na noite desta terça-feira (22) o apresentador Tiago Pavinatto. O âncora era considerado o último pilar da extrema-direita na emissora.

Pavinatto caiu nas graças do bolsonarismo por fazer ataques duros ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Nos últimos dias, o apresentador vinha fazendo defesas apaixonadas de Jair Bolsonaro, inclusive no caso das joias. Os vídeos com os comentários de Pavinatto eram compartilhados nas redes sociais por Carlos Bolsonaro.

Em nota oficial, a Jovem Pan afirmou que a demissão ocorreu porque Pavinatto proferiu contra o desembargador Airton Vieira, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), por causa de uma decisão que inocentou um acusado de estupro contra uma menina de 13 anos. De acordo com o Código Penal, o crime de estupro de vulnerável abrange qualquer ato sexual com menores de 14 anos.

Nos bastidores, porém, corre a informação de que o desligamento de Pavinatto foi previamente acordado entre ambas as partes e a narrativa encontrada para a demissão teria sido boa tanto para a Jovem Pan como para o apresentador. Ou seja, os dois lados saem por cima: Pavinatto reforça a sua imagem de ‘rebelde que não se curva aos poderosos’ e a emissora continua com sua promessa de ‘moderar o discurso’.

A demissão de Pavinatto, portanto, pavimenta o caminho para a Jovem Pan conseguir verbas da propaganda oficial do governo Lula. Em notória crise financeira, a emissora já enviou diretores a Brasília para tentar se aproximar do atual presidente.

Antes de Pavinatto, diversos comentaristas idolatrados pela extrema-direita foram demitidos da emissora: Rodrigo Constantino, Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Guilherme Fiuza e Zoe Martinez.

Desde a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro a Jovem Pan iniciou um processo de mudanças. A emissora, até então maior defensora do derrotado na última eleição, preparou uma guinada editorial para ajustar o tom crítico ao governo. A ideia é moderar o discurso para conseguir dinheiro de propaganda.

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