Redação Pragmatismo
EUA 16/Ago/2023 às 09:43 COMENTÁRIOS
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Incêndio no Havaí já é o mais mortal dos EUA nos últimos 100 anos

Publicado em 16 Ago, 2023 às 09h43

Incêndio no Havaí é o mais mortal dos Estados Unidos no último século. Além das dezenas de mortes confirmadas, há pelo menos 1,3 mil desaparecidos; veja o que se sabe até agora

Incêndio Havaí mais mortal EUA últimos anos
(Imagem: Mike Blake | Reuters)

Agência Estado 

O violento incêndio florestal que varreu cidade na ilha Maui, no Havaí, já é considerado o mais mortal registrado nos Estados Unidos nos últimos cem anos. Enquanto os moradores lamentam os mortos e desaparecidos, as autoridades alertam que o número total de vítimas humanas e ambientais ainda não é conhecido e que a recuperação da destruição causada pelas chamas está apenas começando.

O governador do Havaí, Josh Green, disse que mais de 2,7 mil estruturas foram destruídas em Lahaina, a área mais atingida, e “um valor estimado de US$ 5,6 bilhões desapareceu”. Green disse que a resposta foi “abrangente” nos últimos dias:

Estamos trazendo toda a força do governo para tentar fazer tudo o que pudermos para aliviar o sofrimento.

O incêndio é considerado o mais mortal desde 1918, quando 453 pessoas morreram em uma ocorrência em Minnesota e Wisconsin. Os dados são do grupo de pesquisa sem fins lucrativos Associação Nacional de Proteção contra Incêndios.

A maioria das construções engolidas pelas chamas no Havaí são residências. Mesmo onde o fogo recuou, as autoridades alertam que subprodutos tóxicos podem permanecer, inclusive na água potável, depois que as chamas expeliram vapores venenosos. E muitas pessoas simplesmente não têm casa para onde voltar — então as autoridades planejam abrigá-las em hotéis e aluguéis de temporada.

Veja o que se sabe sobre os incêndios no Havaí:

Quantas pessoas morreram e quantas estão desaparecidas?

As autoridades locais confirmaram 96 mortos até a noite de domingo (13). O número pode aumentar, já que equipes de busca especializadas vasculham as ruínas devastadas de Maui em busca de restos humanos. Não se sabe exatamente quantas pessoas estão desaparecidas, mas autoridades falam em pelo menos 1,3 mil.

Vai aumentar. Será certamente o pior desastre natural que o Havaí já enfrentou. Só nos resta esperar e apoiar quem está vivo. Nosso foco agora é reunir as pessoas quando pudermos, dar-lhes moradia e cuidados de saúde e, em seguida, voltar-se para a reconstrução“, comentou o governador no sábado (12), enquanto visitava a devastação na histórica Front Street.

Leia também: O país que está se preparando para desaparecer por conta do aquecimento global

Até a noite de sábado, as autoridades haviam confirmado a identidade de apenas duas vítimas e mal haviam começado a vasculhar a zona do desastre com equipes caninas. As autoridades atribuíram o ritmo da resposta, que muitos moradores criticaram como muito lento, à natureza avassaladora da destruição e ao afastamento de Maui, o que complicou a chegada de equipes de busca de fora do Estado.

As equipes da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências em Lahaina estão usando cães treinados para explorar muitas áreas, mas até os cães estão encontrando condições difíceis por causa do calor, disse a administradora Deanne Criswell ao programa Face the Nation da CBS News.

O que causou os incêndios em Maui?

Ainda não está claro exatamente o que desencadeou os incêndios florestais no Havaí.

Não sabemos o que realmente começou os incêndios. Mas fomos informados com antecedência pelo Serviço Nacional de Meteorologia de que estamos em uma situação de bandeira vermelha“, disse na quinta-feira (10) o major-general do Exército Kenneth Hara, que lidera o Hawaii National Guarda.

Ele afirmou que três fatores preparam o cenário para os riscos de incêndio: meses de seca, baixa umidade e ventos fortes.

Assim como o planeta esquenta, fica claro que mesmo um lugar tropical como o Havaí, conhecido pelas florestas tropicais e colinas verdejantes, está cada vez mais suscetível a incêndios florestais.

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As ilhas há muito tempo têm trechos áridos de campos de lava e pastagens mais secas, com chuvas variando de um lado da ilha para o outro. Nos últimos anos, o Estado também viu quedas de longo prazo na precipitação média anual, cobertura de nuvens mais finas e seca induzida pelo aumento das temperaturas.

Quando os incêndios começaram?

Os incêndios começaram na terça-feira (8), disse o chefe dos bombeiros do condado de Maui, Brad Ventura, em uma entrevista coletiva na tarde de quinta-feira.

O primeiro incêndio em torno do alto Makawao queimou cerca de 270 hectares, disse ele. Por volta das 11h, o incêndio em Lahaina começou a devastar a cidade histórica, alimentado por rajadas de vento de até 96 km/h.

Por volta do meio-dia de terça-feira, outro incêndio começou em Kula, provocando a evacuação de áreas residenciais próximas.

Então, perto das 18h, um quarto incêndio começou na Pulehu Road, no vale central, e “queimou várias centenas de acres”.

Quais áreas foram afetadas pelos incêndios no Havaí?

Os incêndios afetaram gravemente Maui e destruíram centenas de acres em regiões como Kula, North Kohala e South Kohala. A extensa cidade turística de Lahaina, no oeste de Maui, que tem cerca de 13 mil habitantes, também foi duramente atingida.

A tenente governadora do Havaí, Sylvia Luke, disse que a cidade histórica foi “dizimada” e “mudada para sempre”. O Pioneer Inn em Lahaina, o hotel mais antigo em operação contínua no Havaí, foi destruído.

Os incêndios ainda estão acontecendo?

Segundo um comunicado divulgado pelo Condado de Maui, até a noite de domingo, o incêndio em Kula estava 60% contido. Já em Lahaina, 85% do fogo havia sido contido, enquanto em Puleu a estimativa era de 100% de contenção.

As autoridades chamam a atenção, porém, que mesmo quando um incêndio está 100% contido, não significa que foi extinto, mas sim que os bombeiros têm o incêndio totalmente cercado por um perímetro, dentro do qual ainda pode queimar.

O único foco de incêndio declarado extinto até o momento pelo Condado de Maui, ou seja, que não há mais nada queimando, foi em Kaanapali.

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