Corrupção

Polícia Federal diz que Bolsonaro pode responder por corrupção de menores; entenda o esquema

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De acordo com a Polícia Federal, Jair Bolsonaro deve ser investigado por corrupção de menores, infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, fraude em relação a países estrangeiros e inserção de dados falsos em sistemas de informação. Ex-presidente e Michelle tiveram celulares apreendidos, mas se negaram a fornecer senhas

Jair Bolsonaro e a filha Laura

A Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro adulterou a própria carteira de vacinação e as dos seus auxiliares e familiares. Se isso for comprovado, o ex-presidente da República cometeu uma série de crimes: falsidade ideológica, fraude em relação a países estrangeiros e corrupção de menores, já que até a filha do presidente também teve sua carteira falsificada.

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O que torna o caso ainda mais grave é o fato de o Brasil ter tido ao menos 700 mil mortes por causa da Covid-19, enquanto o então governante fazia proselitismo contra a vacinação.

A militância antivacina de Bolsonaro deixou sequelas no país que continuará fazendo vítimas, porque a atual cobertura vacinal brasileira é a mais baixa da história. Bolsonaro divulgou todo o tipo de mentira sobre vacinas, inclusive vinculando imunizantes à Aids.

As investigações da PF apontaram que a falsificação teria o objetivo de facilitar a entrada do ex-chefe do Executivo, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A situação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também é investigada pela PF.

A ideia era emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, dessa maneira, permitir acesso a locais onde a imunização é obrigatória.

Os crimes teriam sido cometidos entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e, segundo a PF, “tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”.

“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, informou a PF em comunicado.

A corporação ainda afirmou que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas” e “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.

“Mesmo que para se livrar das acusações Jair Bolsonaro agora admita que tomou a vacina, ainda assim ele será culpado, uma vez que teria se vacinado enquanto pedia para milhões de pessoas não serem imunizadas. O caso tem um grave desdobramento porque escancara o comportamento delinquente do ex-presidente, que teve reflexos na saúde pública brasileira”, observa a jornalista Míriam Leitão.

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Ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília, a PF também apreendeu os celulares do ex-presidente e de Michelle Bolsonaro. No entanto, os dois se negaram a fornecer as senhas dos aparelhos.