Estudante de Direito da UFPR é afastado após comentários racistas: "Sou branco legítimo, ariano"
Estudante discute com colegas e se gaba por só ele ter o direito de ser racista: “A gente [minha família] é branco verdadeiro, gene alemão. Aí eu fico olhando vocês pardinhos, misturadinhos, querendo dar uma de monarquista. Sendo que vocês estariam na merda na escravidão. Eu dou é risada. Eu posso ser, eu sou branco legítimo, ariano. Vocês são tudo miscigenados querendo ser branco. Mas esse é um privilégio que eu tenho e que vocês nunca vão ter”. Após ser afastado pela UFPR, aluno diz que 'fala foi tirada de contexto'
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Um estudante do curso de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi afastado pela instituição de ensino após um vazamento de um áudio em que faz comentários racistas, homofóbicos e de apologia ao nazismo. As mensagens foram enviadas para um grupo de estudos da universidade.
A denúncia foi feita em um perfil do Instagram do deputado estadual do Paraná Renato Freitas (PT). Ela divulgou a sequência de áudios que levou ao afastamento. Nos arquivos, o estudante Jose Almir da Luz, de 37 anos, usa palavras de baixo calão para se referir a homossexuais e diz que é branco sem miscigenação.
“A gente [família de Jose Almir] é branco. Branco verdadeiro, gene alemão. Aí eu fico olhando vocês aí pardinhos, misturadinhos, querendo dar uma de monarquista. Sendo que vocês estariam na merda na escravidão. Eu dou é risada. Eu posso ser monarquista, eu sou branco. Branco legítimo, ariano. Você não é. E nenhum de vocês são, vocês são tudo miscigenados querendo ser branco. Sabe por que? Porque vocês queriam ser brancos. E esse é um privilégio que eu tenho e que vocês nunca vão ter”.
O estudante também faz xingamentos de teor homofóbico. “Eu gostaria de pedir um favor. Já que vocês são monarquistas e de extrema-direita, parem de se comportar feito umas bichonas, tomadora de esperma, passivinha, chupadora de pinto, filha da puta. Porque está parecendo bichona do caralho ficar indo em LinkedIn. E tudo gente velha que já se formou na universidade, múmia, né. […] Não quero saber de bichona nos meus perfis”.
Após a repercussão do caso, o estudante diz que sua fala foi tirada de contexto. “Não considero que fui racista ou homofóbico porque ele [o áudio] está dentro de um contexto que só explicando a pessoa vai entender. Porque eles estão falando como se eu fosse hétero, branco, católico e cristão. Mas eles estão falando de um gay, vulnerável, mais de 30 anos, cotista. É bem diferente. Como uma pessoa heterossexual pode apontar para mim o que é homofobia sendo que eu passo na pele a homofobia?”
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A deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) também denunciou o caso. “É uma ação reiterada. Ele já tem um histórico de outras ações como essa na universidade. É um absurdo o que aconteceu. A universidade tomou uma medida acertada ao afastá-lo enquanto apura a situação”, disse a parlamentar.
Em nota, a UFPR frisou não tolerar qualquer forma de discriminação e de violência. O Grupo de Estudos Liberalismo e Democracia (Geld), onde o áudio foi divulgado, informou que os ataques foram direcionados aos membros do grupo e que repudia o conteúdo das gravações.
Jose Almir diz que vai acionar judicialmente os deputados que publicaram os áudios por “danos à honra”.
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