Redação Pragmatismo
Tragédia 01/Nov/2022 às 12:03 COMENTÁRIOS
Tragédia

Empresário morre após bater em caminhão de bolsonarista parado em estrada

Publicado em 01 Nov, 2022 às 12h03

Empresário morre no MT após bater em carreta que estava parada e sem sinalização na rodovia. A vítima estava voltava para casa após dia de trabalho e se deparou com a paralisação golpista de bolsonaristas

Osmar Alceu Wichocki
Osmar Alceu Wichocki

O empresário Osmar Alceu Wichocki, de 56 anos, dono de uma rede de supermercados, em Mato Grosso, morreu, nesta segunda-feira (31/10), em um acidente ocorrido num ponto bloqueado por manifestantes pró-Jair Bolsonaro (PL), na BR-364, no Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Osmar dirigia um caminhão Ford Cargo Boiadeiro e não teria visto uma carreta parada no bloqueio.

Era noite e chovia no momento do acidente e Osmar estava voltando para casa depois de um dia de trabalho. Informações preliminares são de que o empresário não viu o veículo de carga parado por falta de sinalização.

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram acionados quando o empresário estava preso às ferragens, ainda com vida. No entanto, ele teve uma parada cardíaca e não resistiu. A morte foi constatada ainda no local da colisão.

O motorista do outro veículo que estava parado não sofreu nenhum ferimento. No Facebook, a irmã do empresário se posicionou criticamente contra as manifestações.

“Por causa desses protestos nojentos que estão acontecendo no país hoje, perdi meu irmão que foi meu pai. Meu irmão. Meu confidente. Meu herói. Meu orgulho. Meu tudo. Te admiro muito meu mano, saiba onde você estiver que você é e sempre sera o meu mano lindo. Infelizmente um caminhoneiro irresponsável com as luzes apagadas em um bloqueio, no escuro, sem sinalização nenhuma e debaixo de muita chuva, tirou a vida do meu irmão”, publicou Elizete Pinto.

A irmã de Osmar ainda pediu que os manifestantes “tenham compaixão” para interromper os protestos antes que mais vidas sejam perdidas. O empresário também era diretor financeiro da Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat). Ele deixou esposa e dois filhos.

“Infelizmente, hoje esse sonho acabou. Tudo acabou. Ele não volta mais para casa, para família que ele amava. Para os mercados e para os amigos. Meu irmão, não sei como vou ficar aqui sem você… Deus me dê forças”, lamentou Elisete.

O trecho está fechado desde a madrugada de segunda-feira por apoiadores inconformados de Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais do último domingo (30). Os protestos afetam também rodovias por todo o Brasil e causaram o cancelamento de ao menos 25 voos que deveriam partir do maior aeroporto do país.

Bloqueios em Mato Grosso

Segundo a PRF, 24 trechos de rodovias em Mato Grosso estão bloqueados por manifestantes pró-Bolsonaro hoje. Os trechos estão localizados na BR-070, BR-158, BR-163, BR-174 e BR-364. Apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a liberação das rodovias na noite de ontem, a PRF ainda não se manifestou sobre os bloqueios em Mato Grosso.

Ainda de acordo com a PRF, até o fim da tarde da última segunda-feira, havia 236 ocorrências em andamento nas rodovias federais, sendo 102 bloqueios parciais e 134 interdições totais de vias.

O Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou, nas primeiras horas desta terça-feira (1), que a PRF e as polícias militares dos estados debloqueiem as rodovias ocupadas de forma irregular.

A definição acompanha a decisão individual do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que havia determinado a liberação das vias, atendendo a um pedido da Confederação Nacional dos Transportes, com pena de prisão prevista para o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em caso de omissão, e multa de R$ 100 mil por hora por crime de desobediência.

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