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ELEIÇÕES 2022 28/Set/2022 às 17:56 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

Empresários bolsonaristas jantam com Lula e admitem "chances mínimas de Bolsonaro"

Publicado em 28 Set, 2022 às 17h56

Participaram do jantar bolsonaristas declarados como Roberto Justus, Flavio Rocha (Riachuelo) e Henrique Viana, da produtora Brasil Paralelo. Todos eles justificaram que a decisão de comparecer ao evento foi para estabelecer um canal com Lula, pois acreditam que ele vencerá as eleições

Na noite desta terça-feira (27), em um jantar promovido pelo grupo Esfera, o ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um diagnóstico unânime entre os empresários que estiveram em seu jantar: seja no primeiro ou no segundo turno, o petista irá ganhar a eleição, disseram eles, segundo a jornalista Malu Gaspar. Dos vários participantes que incentivaram a vitória de Lula, muitos deles já se intitularam bolsonaristas.

O evento ocorreu na casa do fundador do grupo, João Camargo, na zona sul de São Paulo. Compareceram aproximadamente 70 empresários, dentre banqueiros e aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). O jantar marcou o último grande evento antes das eleições.

A jornalista informa ainda que, pouco antes do evento acontecer, houve uma intensa procura por convites de última hora, o que mostrou que nem mesmo os aliados do presidente da República estão confiantes sobre uma possível virada. Até mesmo os mais próximos de Bolsonaro reconhecem que as chances do atual presidente da República no pleito são mínimas.

Estavam presentes o publicitário Roberto Justus, o dono da Riachuelo Flavio Rocha, o dono do site Brasil Paralelo, Henrique Viana, e o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun. Todos eles justificaram a comunicadores que a decisão de comparecer ao jantar é para estabelecer um canal com Lula se ele vencer as eleições.

“Vim aqui para fazer a ponte com Lula”, disse Sahyoun, presidente do Instituto Unidos Brasil, que sempre foi visto como uma entidade mais próxima a Bolsonaro.

Duas semanas atrás, Sahyoun dedicou um minuto de silêncio em um evento do instituto aos empresários alvos de busca e apreensão e de quebra de sigilo decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Para quem desconfiou da mudança repentina de postura de Sahyoun na noite desta terça, o empresário tinha a resposta na ponta da língua: “Nunca fui bolsonarista”.

O presidente da Alshop se incomodou por ter sido identificado como bolsonarista e informou que o Unidos Brasil tem gente de todas as inclinações ideológicas, inclusive membros ligados a Lula, como o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, e o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.

“Foi interessante saber que Lula pelo menos está imbuído de boas intenções e de dar abertura ao setor empresarial para apresentar sugestões”, complementou.

Flávio Rocha, da Riachuelo, também mostrou entusiasmo com Lula. Após se pronunciar, o empresário cumprimentou o petista e disse que, se ele fizesse tudo o que havia prometido, poderia contar com seu apoio.

João Camargo, o anfitrião de Lula, já promoveu encontros semelhantes com Bolsonaro no mês passado, porém, reconheceu: “Se esse jantar tivesse acontecido há 15 dias, não teria todo esse público”.

Lula quebrou protocolo

No encontro com os empresários, quem falou primeiro foi Aloisio Mercadante, coordenador do programa de governo. Em seguida, o ex-governador Geraldo Alckmin, vice na chapa, com uma temática de pacificação e união.

Depois Lula quebrou o protocolo. Ao invés de falar, pediu para ouvir os empresários e suas sugestões para o país. Cinco presentes foram convidados a falar. Entre eles, Abilio Diniz, da Península, Andre Esteves do BTG, Fabio Ermínio de Moraes, do grupo Votorantin, e Luiz Henrique Guimarães, do grupo Cosan.

Nos discursos dos empresários, apelos por uma reforma tributária, por mais segurança jurídica e responsabilidade fiscal. Quando Lula finalmente tomou a palavra, falou por cerca de 15 minutos. Fez um discurso de forte ênfase na política social, no aumento dos investimentos, na utilização dos bancos públicos e do BNDES para alavancar o crédito, e também fez críticas à privatização da BR Distribuidora. No relato dos presentes, “o Lula de sempre, com suas qualidades e defeitos”.

Kaique Moraes, DCM

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