Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 14/Jul/2022 às 09:20 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Mulher chora ao ser comunicada que foi estuprada durante o parto

Publicado em 14 Jul, 2022 às 09h20

Com a ajuda do marido da paciente, delegada conversou com a mulher por telefone e contou sobre o estupro na sala de parto. A vítima chorou muito, demonstrou indignação e desabafou que está com medo da proporção que o fato tomou. A delegada informou que ela será amparada pelas autoridades e receberá toda proteção que o caso necessita

Mulher chora comunicada estuprada durante parto
Giovanni Quintella Bezerra

A mulher violentada pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, soube apenas nesta quarta-feira (13) que foi vítima do criminoso. Com a ajuda do marido da paciente, a delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de São João de Meriti, conversou com a mulher por telefone e contou sobre o estupro no centro cirúrgico do Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense, no último domingo (10).

Segundo a delegada, a ligação não teve como objetivo colher informações sobre o caso, mas sim para prestar solidariedade. A policial contou que a mulher ficou sabendo do estupro nesta quarta e que ainda está muito abalada com a situação.

“Ela chorou muito. Ainda está muito abalada. A família toda está abalada”, disse a delegada.

Na saída da delegacia, a delegada disse que a mulher ficou muito indignada, revoltada e chateada com o ocorrido, e desabafou que está com medo da proporção que o fato tomou. Ainda segundo a titular, a vítima será amparada pelas autoridades e receberá toda proteção que o caso necessita.

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Preservar a família

Bárbara Lomba explicou que está em contato com a advogada da família para agendar o depoimento da vítima que foi filmada e do marido dela. A delegada quer preservar a família nesse momento e dar tempo para que eles possam contribuir com as investigações.

Os depoimentos da vítima e do esposo serão fundamentais para entender o que aconteceu antes, durante e após o parto. Eles serão ouvidos ainda nesta semana. Nesta quarta-feira, os agentes da Deam levaram as gazes usadas para limpar o rosto da paciente vítima de estupro pelo médico Giovanni Quintella, o celular da enfermeira que filmou o crime e as ampolas de sedativos utilizados pelo anestesista durante a cesárea passaram por perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).

A perícia vai apontar se as gazes têm material biológico de Giovanni e a quantidade de sedativo aplicado na grávida. Se comprovado a aplicação de doses acima do normal, o anestesista também pode responder por violência obstétrica. Segundo a delegada, as investigações apontam para o uso de doses anormais de sedativos ou do uso sem necessidade no momento do parto para facilitar a prática de estupro nas vítimas, o que também poderia trazer algum risco à paciente. O celular também foi encaminhado ao ICCE para que fosse verificado se as imagens não foram alteradas.

Giovanni teve a prisão convertida em provisória e está desde terça-feira (12) no Complexo Penitenciário de Bangu, isolado de outros presos por medida de segurança. Ao dar entrada no presídio, o médico foi alvo de hostilidade por parte de outros presos. Por ter ensino superior e direito a uma ala especial, mas acima de tudo por uma questão de segurança, o anestesista foi posto em uma cela individual de 36m², apartado dos outros detentos.

Mais de 30 possíveis casos de estupro

A Polícia Civil investiga 30 possíveis casos de estupro de pacientes de Giovanni. “São relatos ainda. Precisamos investigar. São 30 já identificadas como possíveis”, disse a Barbara.

De acordo com a delegada, o anestesista Giovanni participou de mais de 20 partos no Hospital Estadual da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Ela disse que será investigado todos os procedimentos que contaram com a participação do médico acusado de estupro.

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As duas mulheres que tiveram parto com Giovanni no último domingo (11) estão entre as que serão ouvidas pelos investigadores. A polícia apura se todas sofreram abusos.

Com O Dia e G1

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