Redação Pragmatismo
Mundo 07/Jul/2022 às 09:49 COMENTÁRIOS
Mundo

Boris Johnson renuncia ao cargo de premiê britânico

Publicado em 07 Jul, 2022 às 09h49

Mais de 50 ministros e funcionários de alto escalão haviam deixado suas funções após uma série de escândalos no governo Johnson

Boris Johnson renuncia cargo premiê britânico
Imagem: reprodução

Opera Mundi

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou sua renúncia da liderança do Partido Conservador e do cargo de premiê nesta quinta-feira (07) em meio a um novo escândalo que atingiu seu governo.

Ele permanecerá na função de forma interina enquanto o Partido Conservador escolhe seu sucessor. Johnson ainda informou que as nomeações feitas nas últimas 24 horas vão ajudar a fazer esse processo de transição.

“Os líderes do Partido Conservador decidiram que é melhor formar um novo governo e eu concordei em entregar o cargo. As datas dos próximos passos serão anunciadas na próxima semana”, disse em frente ao nº 10 de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro.

Johnson reconheceu que as recentes revelações tornaram o governo insustentável e que “nos últimos dias tentou persuadir os aliados a não mudar o governo”. “É uma pena que isso não tenha sido bem sucedido e que tenhamos que mudar nesse momento. Ninguém é indispensável”, acrescentou.

Sobre o sucessor, BJ afirmou que o dará “todo o apoio que puder” e reconheceu que muitos britânicos “vão estar aliviados” com sua saída, enquanto outros “desapontados”.

O agora ex-premiê lembrou dos desafios do mandato, como o processo de saída da União Europeia, a pandemia de covid-19 e a “guerra de Vladimir Putin na Ucrânia”. E agradeceu o serviço prestado pelos membros do governo e pelos profissionais da saúde. Prometeu ainda que o governo continuará a apoiar os ucranianos de forma concreta.

O processo para escolher o próximo líder do Partido Conservador será iniciado na próxima semana. Para disputar a sucessão de Johnson, cada candidatura precisa assegurar o apoio de pelo menos oito deputados.

Na primeira votação, são eliminados os postulantes que receberem menos de 18 votos. Na segunda, a cláusula de barreira aumenta para 36 votos. A partir daí, o candidato com menos votos é eliminado, até que reste apenas um.

Crise no governo Johnson

Após os escândalos do PartyGate, uma nova crise no governo Johnson ocorre por conta de uma série de denúncias que apontam que o premiê sabia de acusações de má conduta sexual antes de nomear o ministro Christopher Pincher, que renunciou ao cargo na última semana, e era um dos seus principais aliados entre os conservadores.

Apesar de um novo escândalo denunciado por dois homens em junho, que foram apalpados em um clube, Pincher tem uma longa lista de acusações do mesmo tipo desde 2012. Por conta disso, uma série de ministros e funcionários de alto escalão – mais de 50 – anunciaram que estavam deixando suas funções nesta semana.

Pouco antes das novas revelações, Johnson sobreviveu a uma moção de desconfiança em maio por conta de membros de seu governo – incluindo ele próprio – terem violado com frequências as regras sanitárias contra a disseminação da covid-19 com festas. Caso que ficou conhecido como PartyGate.

→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… considere ajudar o Pragmatismo a continuar com o trabalho que realiza há 13 anos, alcançando milhões de pessoas. O nosso jornalismo sempre incomodou muita gente, mas as tentativas de silenciamento se tornaram maiores a partir da chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Hoje somos alvo de ameaças por pessoas que ocupam cargos eletivos e também sofremos frequentemente assédio judicial. Por isso, nunca fez tanto sentido pedir o seu apoio. Qualquer contribuição é importante e ajuda a manter a equipe, a estrutura e a liberdade de expressão. Clique aqui e apoie!

Recomendações

COMENTÁRIOS