Redação Pragmatismo
ELEIÇÕES 2022 21/Jun/2022 às 19:50 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

Evento com Lula tem invasão de bolsonaristas e queixa de Suplicy

Publicado em 21 Jun, 2022 às 19h50

Falha na segurança: bolsonaristas invadem evento oficial com Lula e xingam o ex-presidente. Um dos homens também gritou em direção a Alckmin uma frase sobre "voltar para a cena do crime". Evento também foi marcado por uma manifestação pública de Suplicy

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O evento de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), nesta terça-feira (21), em São Paulo, foi marcado pelo protesto de bolsonaristas que entraram no local. Um dos manifestantes entrou no evento, em um hotel nos Jardins, durante os minutos finais da fala de Lula e chamou o ex-presidente de corrupto. O petista foi surpreendido, mas não deu resposta.

O homem também gritou em direção a Alckmin uma frase sobre “voltar para a cena do crime”, em alusão a uma fala do ex-governador sobre o PT quando ainda era adversário.

Além dele, o grupo era formado por outros dois detratores do petista. Eles foram encaminhados para a delegacia. O homem que andou pelo salão e gritou contra os dois políticos foi identificado pelo ex-deputado federal Floriano Pesaro, que estava no local, como Caíque Mafra, ex-filiado do PSDB.

Mafra é ativista conservador, é pré-candidato a deputado estadual em São Paulo pelo Republicanos, apoiador do pré-candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e defensor da família Bolsonaro nas redes sociais.

O evento foi marcado também por uma manifestação pública de Suplicy, que se levantou da plateia e foi até a mesa onde estava Aloizio Mercadante (PT), coordenador do programa de governo, reclamar da abordagem sobre renda básica de cidadania, sua bandeira de vida.

Suplicy, em pé diante do ex-ministro, interrompeu o ex-ministro para dizer que a proposta “não foi considerada” entre os itens principais do documento e que sempre está nos planos do partido, mas não sai do papel.

O ex-senador disse, em tom exaltado, que não foi convidado para os debates sobre o documento. “Não me convidou para essa reunião”, disse, estendendo os braços para Mercadante em protesto. “E continuarei trabalhando muito para que Lula e Alckmin instituam a renda básica de cidadania.”

Lula homenageia Suplicy

Lula, em gesto para apaziguar os ânimos, afirmou que Suplicy está correto ao fazer a reclamação e disse que, se pudesse, já teria dado o Nobel da Paz ao vereador pela dedicação à renda básica.

“Se o Suplicy não fosse brasileiro, se fosse de outro país, a dedicação dele nesses 40 anos de querer o renda básica, teria ganhado um Prêmio Nobel umas dez vezes. Como ele é brasileiro, e nós nunca ganhamos, nem os nossos mais importantes escritores ganharam, a gente vai aguardar para ver”, disse Lula.

O ex-presidente fez um desagravo ao correligionário e elogiou sua pauta. “Se Deus quiser, nós haveremos de implantá-la um dia no país”, afirmou, observando que o tema se tornou ainda mais relevante diante da crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19 e pela crescente mecanização.

Diretrizes programáticas

O documento com as diretrizes programáticas da chapa Lula-Alckmin lista 121 pontos que são considerados essenciais para a “reconstrução do Brasil”.

As propostas focam majoritariamente a recuperação econômica de forma sustentável e o desenvolvimento social. O texto afirma que a política econômica vigente é a principal responsável pela decomposição das condições de vida da população, da instabilidade e dos retrocessos na produção e no consumo.

O documento é a nova versão de um esboço enviado aos partidos no início de junho. À época, o texto continha uma lista de 90 pontos. Além da inclusão de novos itens, a redação de algumas propostas foi alterada por representantes dos outros partidos que compõem a chapa presidencial além do PT (PV, PSB, PCdoB, PSOL, Rede e Solidariedade).

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