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ELEIÇÕES 2022 20/Dez/2021 às 21:12 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

Moro ironiza jantar de Lula e Alckmin: "Celebração da grande corrupção"

Publicado em 20 Dez, 2021 às 21h12

Além de Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro também debochou do encontro entre Lula e Alckmin e divulgou um vídeo dançando funk com apoiadores

Alckmin e Lula
Alckmin e Lula (Ricardo Stuckert)

O pré-candidato à Presidência Sergio Moro ironizou nesta segunda-feira (20) o jantar que reuniu o ex-presidente Lula (PT) e o o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido, ex-PSDB) na noite de domingo (19). “Impressão minha ou ontem assistimos a um jantar comemorativo da impunidade da grande corrupção?”, escreveu Moro em rede social.

Lula e Alckmin fizeram no domingo sua primeira aparição conjunta em público em meio a articulações para que o ex-tucano seja vice do petista na disputa para a Presidência nas eleições de 2022.

O esperado encontro entre os dois ocorreu durante um jantar promovido pelo grupo de advogados Prerrogativas, que contou com cerca de 500 convidados no restaurante A Figueira Rubaiyat, em São Paulo.

Entusiastas da chapa viram no evento um grande avanço para a formalização da união, que poderia já ser anunciada no início do ano que vem.

Em discurso de 42 minutos, Lula minimizou o passado de rivalidade com outros grupos políticos, em recado que pareceu talhado para os que lembram as trocas de farpas entre os dois.

“Não importa se no passado fomos adversários. Se trocamos algumas botinadas. Se no calor da hora dissemos o que não deveríamos ter dito. O tamanho do desafio que temos pela frente faz de cada um de nós um aliado de primeira hora”, disse Lula.

Bolsonaro dança funk

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou um vídeo do pai dançando um funk cuja letra machista compara mulheres esquerdistas a cadelas.

Além de Flávio, Mosart Aragão, assessor especial do presidente, também repercutiu o vídeo nas redes sociais. Ambos publicaram o vídeo com a mesma legenda: “presidente preocupado com o ‘Jantar da Democracia’ de Lula/Alckmin”.

No vídeo, o presidente aparece em uma lancha cercado por outras pessoas, ri e faz gestos com a mão enquanto, ao fundo, toca o “Proibidão do Bolsonaro”, de MC Reaça, que criou a música adaptando o beat de um outro funk: “Baile de Favela”, de MC João.

A adaptação, que ainda fala em dar “ração na tigela” para feministas e ataca políticas de esquerda, não teve autorização do autor original.

Em comunicado, a produtora Baile de Favela, que cuida dos direitos do MC João, disse não ter “nada a ver” com a adaptação. “Nossos advogados já estão trabalhando em cima dessa versão”, disse. “Somos da arte, não da política”, acrescentou.

A música esteve presente no evento de filiação de Bolsonaro ao PL, no fim de novembro, que marcou a retomada do “casamento” do presidente com o centrão. O autor da adaptação, o funkeiro gaúcho Tales Volpi, morreu em junho de 2019.

Lula e Alckmin

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, disse que o encontro entre Lula e Alckmin foi uma “aula enorme de democracia”. “Nosso objetivo era mandar uma mensagem poderosa para a sociedade de que é possível convergir em cima do que é fundamental”, afirmou.

Para Marco Aurélio de Carvalho, o encontro possibilitou a construção de um “rastro luminoso” indicando que, a partir de 2023, “dias melhores virão” caso Lula seja eleito novamente presidente da República — pesquisas de intenção de voto apontam para esse cenário.

“Em 2022, vamos ter, de um lado, a civilização, e de outro, a barbárie”, disse o advogado, colocando o petista do lado civilizatório e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) do outro. “Fortalecer as instituições é apoiar o presidente Lula.”

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