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Polícia divulga vídeo de homens que mataram trabalhador que reclamou do preço da carne

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Polícia divulga vídeo do momento em que pai de família é assassinado por reclamar do preço da carne em estabelecimento no RS

A Polícia Civil divulgou o vídeo (ver abaixo) do momento em que Wagner de Oliveira Lovato, 40, foi atacado e morto na frente de um açougue em Alvorada (RS) por reclamar do alto preço da carne.

Um funcionário do local que estava de folga e um amigo dele agrediram o trabalhador, que deixa três filhas e esposa. O caso é investigado pelo titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), pelo delegado Edimar Machado.

(continua após o vídeo)

ENTENDA O CASO

O vendedor ambulante Wagner Lovato havia encerrado o sábado de trabalho após conseguir vender todos os salgados. Com uma bolsa térmica e o valor que havia ganho no dia guardado no bolso, entrou no Shopping das Carnes por volta das 20h. Reclamou do preço da carne e ao sair foi agredido por dois homens, um deles gerente do estabelecimento. Tombou no primeiro soco. Acabou desfalecendo na rua em que sempre trabalhou e era conhecido.

Primos de Wagner o descrevem como alegre, muito bem humorado, alto astral e trabalhador. “Ele era conhecido por essas características. Fazia brincadeiras, mas era alguém que cumpria com suas responsabilidades, estava sempre junto da família. Não é alguém que chegaria e puxaria uma briga. Estamos desolados, é difícil de acreditar no que aconteceu. Passamos por uma pandemia sem perder ninguém da família e agora perdemos dessa forma desumana um ente tão querido”, diz um deles.

“Ele não conseguiu se defender. No primeiro soco já caiu inconsciente no chão. Só pararam porque testemunhas se debruçaram por cima do meu primo no chão”, conta outra familiar.

Uma tomografia detectou pressão intracraniana e sangramentos fortes, o que impossibilitou a realização de cirurgia. “Todos os demais órgãos estavam estáveis, morreu de morte cerebral pela pancada na cabeça. É uma brutalidade gigantesca. Como outro ser humano pode fazer isso sem motivo nenhum? Porque se é só reclamação de preço, é sem motivo. Quando estávamos saindo do açougue na ambulância, eles já estavam limpando o sangue com balde de água e continuaram trabalhando normalmente. Abriram normalmente no domingo. Todos nós moramos perto, não tem como não passar na frente”, desabafa a prima.

Wagner morava a cinco minutos a pé do local em que foi agredido. Vivia com a esposa e dois filhos, um de quatro anos e outro recém nascido, de dois meses. Também tinha uma filha de 21 anos e era avô.