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ELEIÇÕES 2022 14/Jul/2021 às 09:11 COMENTÁRIOS
ELEIÇÕES 2022

Empresário afirma que "Bolsonaro está à beira de um ataque de nervos"

Publicado em 14 Jul, 2021 às 09h11

Presidente sabe que será preso se não for reeleito em 2022. Últimas aparições públicas revelam um Bolsonaro abatido, ainda mais confuso do que o habitual e com um soluço sem fim

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro

Ex-aliado de Jair Bolsonaro (sem partido), o empresário Paulo Marinho afirmou que o presidente “está à beira de um ataque de nervos” pois sabe que será preso se não for reeleito em 2022. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Paulo Marinho é suplente do senador Flávio Bolsonaro e cedeu sua casa para o QG bolsonarista na eleição de 2018. A residência de Marinho serviu de comitê central da campanha de Bolsonaro. O empresário testemunhou muita coisa e pode ser considerado uma espécie de arquivo vivo, assim como era Gustavo Bebianno, ex-advogado do presidente que morreu em 2020.

VEJA TAMBÉM: A morte de Bebianno e as técnicas de assassinato simulado em ataque cardíaco

Marinho diz não ter dúvidas de que o presidente tentará aplicar um golpe para permanecer no poder pois a ameaça de uma derrota em 2022 é muito real. “Conheço a peça, ele está à beira de um ataque de nervos. O capitão vai tentar dar um golpe com as milícias, que é o grupo que o acompanha desde o início da sua vida política. Gracas a Deus, esse grupo não tem tamanho para mudar a história da democracia brasileira. Ele acha que tem. Mas não tem”, comenta o empresário.

Um dos principais apoiadores da candidatura de Bolsonaro, Marinho transformou a ampla academia de sua casa em estúdio de programa eleitoral em 2018. Como exemplo, ele conta que, certa vez, Bolsonaro exasperou-se ao tentar, por mais de 20 vezes, gravar uma mensagem para a propaganda eleitoral.

Segundo Marinho, Bolsonaro deixou o estúdio e foi para os jardins da casa, sendo tranquilizado pelo advogado e coordenador de sua campanha à época, Gustavo Bebianno. “O capitão tem uma dificuldade imensa de se expressar. Quando a gente estava na minha casa gravando os programas de televisão, primeiro, ele não usava o teleprompter, ele não sabia se comunicar com o teleprompter. Tinha uma dificuldade de ler e falar. Ficava evidente que ele estava lendo.”

“Na campanha eleitoral, o capitão batia no peito na minha casa e dizia ‘temos que acabar com o foro privilegiado’. A primeira coisa pela qual o Flávio Bolsonaro e o pai dele lutaram, quando o problema bateu à porta da família, foi pelo foro privilegiado para o Flávio. Isso vai ser julgado nas eleições”, afirma.

Marinho se diz convencido de que Bolsonaro não chegará ao segundo turno. E relata que muitas pessoas riem desse prognóstico, a exemplo do que aconteceu em 2018, quando ele disse acreditar que Bolsonaro seria presidente.

“Nessa campanha, Bolsonaro vai ter que explicar o enriquecimento da família dele, dos filhos e dele pessoalmente. Esse esquema das ‘rachadinhas’ está mais do que provado pelo Ministério Público estadual.”

SAIBA MAIS: Bolsonaro desviou dinheiro público para proveito pessoal, aponta nova denúncia

“O capitão só não rodou até agora por causa da blindagem jurídica que conseguiu alcançar a nível federal. Além disso, o Adélio não estará em Juiz de Fora em 2022”, diz Marinho, relatando que, ao visitá-lo no hospital, ouviu Bolsonaro dizer que já estava eleito depois de ter sido esfaqueado por Adélio Bispo durante um ato em Minas Gerais.

Últimas aparições de Bolsonaro:

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