Redação Pragmatismo
Saúde 07/Jun/2021 às 10:13 COMENTÁRIOS
Saúde

Pfizer ofereceu vacina ao Brasil pela metade do preço, mas Bolsonaro recusou

Publicado em 07 Jun, 2021 às 10h13

Novos documentos mostram que Bolsonaro recusou em 2020 vacina da Pfizer a 50% do valor pago por EUA e União Europeia. Doses teriam salvado milhares de vidas

Pfizer ofereceu vacina Brasil pela metade do preço Bolsonaro recusou
(Imagem: Liam McBurney | Reuters)

Mais uma informação apurada pela Comissão parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID – que esta semana deverá ouvir pela segunda vez o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – tem o efeito de cair como uma bomba sobre o Palácio do Planalto.

A Folha de S. Paulo publicou reportagem nesta segunda-feira (07), com base em e-mails trocados entre representantes da gigante da indústria farmacêutica, a Pfizer, e o governo Bolsonaro, que atestam que o mandatário recusou vacinas no ano passado pela metade do preço pago por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

Os imunizantes, considerados em agosto de 2020 “caros” pelo então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teriam sido entregues em dezembro do ano passado a 10 dólares a dose. Estavam previstas inicialmente 70 milhões delas.

Em depoimento à CPI, o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello reiterou que considerou “caras”, em agosto de 2020. A proposta era de entrega de até 70 milhões de doses da Pfizer, a US$ 10 cada a partir de dezembro do ano passado.

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O Ministério da Saúde, agora comandado por Marcelo Queiroga, prevê R$ 30 bilhões para a vacinação no país. Essa valor equivale a 10% do auxílio emergencial em 2020 e também é menos do que os R$ 44 bi previsto para este ano como compensação pelo fechamento da economia.

O Brasil fechou novo contrato com a Pfizer que prevê 100 milhões de doses até dezembro.

EUA e Reino Unido, que já imunizaram 40% da população, pagaram 20 dólares pelas doses da Pfizer. Para a União Europeia, esse preço ficou em US$ 18,60.

No Brasil, as primeiras doses chegaram apenas em abril, oito meses depois do contato inicial.

53 e-mails sem retorno

Documentos divulgados pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, mostram que a gestão Jair Bolsonaro deixou de responder 53 e-mails da farmacêutica Pfizer enviados para pedir um posicionamento sobre a compra de vacinas para a covid-19.

Na CPI, Pazuello classificou a proposta da Pfizer como “agressiva” e disse achar “caro o preço de 10 dólares a dose – meses depois, a gestão Pazuello fechou o negócio com a empresa com esse mesmo valor.

Antes da Pfizer, o Brasil se vacinava com a Coronavac, do Instituto Butantan, e AstraZeneca-Oxford, distribuída pela Fiocruz. Até o momento, 11% da população brasileira recebeu as duas doses da vacina contra a Covid-19.

Com EM e Yahoo

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