Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 24/Jun/2021 às 13:53 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

O que já se sabe sobre a execução de Ana Paula Campestrini

Publicado em 24 Jun, 2021 às 13h53

Namorada de mulher executada com 14 tiros está inconsolável: "Pessoa pura, que não gostava sequer de discutir". Ex-marido é apontado como mandante e foi preso em condomínio de luxo. O homem é presidente de um dos mais tradicionais clubes sociais de Curitiba

Ana Paula Campestrini
Momento me que atirador mata Ana Paula Campestrini

Dois homens já foram presos por suspeita de envolvimento na execução de Ana Paula Campestrini. O crime aconteceu na terça-feira (22), em Curitiba, e a mulher foi atingida por cerca de 14 disparos.

Segundo a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), um dos homens presos é apontado como o atirador e o outro acusado de mandar matar Ana Paula.

Investigado como o possível mandante do crime, Wagner Oganauskas foi surpreendido pela polícia às 7h da manhã desta quinta-feira (24) no condomínio de luxo onde reside, em Curitiba. Ele é ex-marido de Ana Paula.

Wagner Oganauskas é presidente da Sociedade Morgenau, um dos principais clubes sociais de Curitiba. O possível atirador, que também está preso, é Marcos Antônio Ramon, diretor do mesmo clube.

O assassinato de Ana Paula, que trabalhava como empregada doméstica, foi registrado por uma câmera de segurança. No vídeo, é possível ver que a vítima se aproxima do portão do prédio quando um motociclista para ao lado, aponta a arma e atira várias vezes.

Ana Paula deixou três filhos, de nove, 11 e 17 anos. Ela namorava há dois anos com Luana Melo que, na quarta-feira (23), fez um desabafo sobre quem era a namorada.

Em um vídeo, Luana lamentou a perda da companheira e ressaltou as características da vítima, segundo ela, uma mulher alegre, divertida e brincalhona.

“Ela tinha um coração, uma bondade sem limites, não importando a situação que ela estava, ela tirava do dela mesmo que não tivesse muito para ajudar outras pessoas”, relembrou.

“O mundo perde um ser humano sem outro igual. Ela foi uma pessoa incrível, foi o amor da minha vida, me ensinou muita coisa. Eu esperava passar o resto da minha ida ao lado dela, mas tiraram ela de mim, uma barbaridade. Não merecia isso. Ela merecia ser tratada com respeito, com dignidade, com bondade”, lamentou.

“Uma simples discussão já a deixava desconfortável. Nunca brigou com ninguém, nunca teve discussão com ninguém. Ela nunca se envolveu com nada que pudesse acarretar esse fim”, disse.

Divórcio conturbado

Antes de namorar com Luana, Ana Paula foi casada por 17 anos com Wagner Oganauskas. De acordo com as investigações, ela tinha se separado do ex-marido há cerca de quatro anos.

A polícia ainda não informou o que teria motivado o crime, mas testemunhas informaram que o ex-marido não aceitava a relação homoafetiva que a mulher passou a ter. O ex-casal também vivia uma relação conturbada pela disputa da guarda dos três filhos.

“Está comprovado no inquérito policial que o autor dos disparos perseguiu o veículo da vítima quando ela saiu da Sociedade Morgenau, o clube onde os três filhos faziam atividades esportivas. Exatamente na data da sua morte, ela conseguiu realizar a carteirinha de acesso ao clube”, diz a delegada Tathiana Guzella.

Conforme ela, a polícia obteve imagens da perseguição do diretor desde que Ana Paula saiu do clube. Ela tinha ido ao Morgenau fazer a carteira de associada para poder acompanhar os filhos enquanto eles faziam as atividades esportivas.

Ana Paula Campestrini
Luana Melo

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