Saúde

Novo ministro da Saúde critica lockdown e desconversa sobre ‘tratamento precoce’

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Marcelo Queiroga foi anunciado por Bolsonaro após tentativa frustrada junto à médica Ludhmila Hajjar, que foi ameaçada de morte por seguidores do presidente

Marcelo Queiroga

Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é o novo ministro da Saúde. Ele substitui o general Eduardo Pazuello.

Natural de João Pessoa e formado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba, Queiroga foi indicado por Bolsonaro para ser um dos diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado, mas seu nome ainda não foi sancionado pelo Senado.

Segundo Jair Bolsonaro, ele já conhecia Queiroga “há alguns anos”. “Não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias. E tem tudo no meu entender para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje”, disse o presidente.

À Folha de S.Paulo neste domingo (14), o médico afirmou que não defende as bandeiras bolsonaristas, como a cloroquina. “A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomendou o uso dela nos pacientes”, disse. “E nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica.”

Marcelo Queiroga foi anunciado como ministro após tentativa frustrada junto à médica Ludhmila Hajjar, que foi ameaçada após o convite por bolsonaristas nas redes sociais.

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Queiroga é diretor do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa, segundo o currículo que enviou ao Senado Federal.

Lockdown

Em entrevista à CNN, Marcelo Queiroga afirmou que lockdown só deve ser aplicado em “situações extremas” e “não pode ser política de governo”.

Esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, afirmou Queiroga.

Segundo o novo ministro, é preciso “assegurar que atividade econômica continue, porque a gente precisa gerar emprego e renda. Quanto mais eficiente forem as políticas sanitárias, mais rápido vai haver uma retomada da economia.”

Tratamento precoce

Questionado sobre o tratamento precoce para Covid-19, Queiroga defendeu que “é algo que precisa ser analisado para que a gente consiga chegar a um ponto comum que permita contextualizar essa questão no âmbito da evidência científica e da ciência”.

Isso é uma questão médica. O que é tratamento precoce? No caso da Covid-19, a gente não tem um tratamento específico. Existem determinadas medicações que são usadas, cuja evidência científica não está comprovada, mas, mesmo assim, médicos têm autonomia para prescrever”, ponderou.

RBA e CNN

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