Redação Pragmatismo
Saúde 19/Mar/2021 às 09:12 COMENTÁRIOS
Saúde

Governo tentou abafar morte de auxiliar de Bolsonaro por Covid-19

Publicado em 19 Mar, 2021 às 09h12

Morte de auxiliar direto de Jair Bolsonaro leva pânico ao Palácio do Planalto: "casos crescem exponencialmente". Silvio Kammers teve falecimento censurado pelo governo. Não houve sequer uma nota de pesar

Silvio Kammers
Silvio Kammers era ajudante direto de Jair Bolsonaro

Vanessa Campos, DCM

“Ele era meu pai”. Essas foram as únicas palavras de um dos quatro filhos de Silvio Kammers, que morreu agora no início do mês de março de Covid-19 e exercia a função de ajudante de ordem do presidente da República, Jair Bolsonaro.

O servidor do Palácio do Planalto, no cargo de supervisor de ordens do gabinete pessoal de Bolsonaro, e 2º sargento do Exército, teve sua morte silenciada, censurada. Não houve sequer uma nota de pesar.

Apenas uma publicação no Diário Oficial da União, em 9 de março, que declarou vago o seu cargo, a contar de 4 de março de 2021, e nada mais. Nada mais.

A morte do trabalhador natural de Imbuia (SC), de uma família de agricultores, em nada abalou a rotina de um presidente que pratica o descaso em relação a uma pandemia mundial, que tirou a vida de quase 288 mil brasileiros.

Silvio havia perdido o pai em um acidente de trânsito. Há um ano, um dos seus dois irmãos também perdeu a vida em outro acidente de carro.

A dor de sua mãe, dona Terezinha Kammers, foi lacrada com o sigilo do Palácio do Planalto. O catarinense chegou a ficar internado, foi intubado e não resistiu ao coronavírus.

No Palácio, um servidor conta: “Se eu conhecesse o Silvio, falaria tudo. Mas o que posso dizer é que os casos de contaminação por Covid estão crescendo exponencialmente lá dentro. Só na minha área foram uns três nessas duas semanas passadas. O problema é que o povo ligado ao presidente é sempre morto de medo de tudo, porque se cortar o dedo e o sangue for vermelho, é decepado do cargo”.

Uma prima de segundo grau de Silvio compartilha que a família trabalha na roça, na lavoura em Nova Alemanha e Imbuia, distritos rurais do Oeste do Estado catarinense.

“Fico triste demais por todos da família. Com certeza, seus filhos vão sofrer a perda, assim como a mãe e o irmão dele que ainda está vivo”, lamenta.

O cenário na Presidência da República é desolador. Conforme relato de um servidor, muitos se contaminaram e agora os estagiários também estão contraindo a doença.

A presença física continua sendo obrigatória no trabalho. A primeira morte, no caso de Silvio, foi tratada como se não tivesse acontecido.

A “gripezinha” permanece excluindo a convivência de familiares, que diariamente enterram seus entes queridos.

Defensor de um tratamento precoce para a Covid-19, com remédios sem comprovação científica, Bolsonaro reforça um comportamento desumano. O uso da ivermectina, da hidroxicloroquina, da Anita, da Azitromicina e da vitamina D não salvou vidas.

A dura realidade, neste momento no Brasil, é de que não há vagas em UTIs, não há tratamento eficaz além da imunização em massa por meio de vacinas e do isolamento social.

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