Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 03/Dez/2020 às 13:14 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Jovem de 18 anos teria sido abusada em hospital particular de Niterói

Publicado em 03 Dez, 2020 às 13h14

Além de ser entubada e desentubada diversas vezes sem nenhuma justificativa apresentada, estudante de 18 anos foi amarrada à cama do hospital e acordou nua com um médico mexendo em suas partes íntimas. Familiares também relatam outros incidentes de negligência e pedem ajuda

jovem 18 anos hospital icaraí
Jovem de 18 anos está internada desde o dia 28 de novembro no Hospital Icaraí

Familiares de uma estudante de 18 anos internada desde o dia 28 de novembro em um hospital particular de Niterói (RJ) relatam que a jovem sofreu maus-tratos e abuso sexual.

A menina relatou pessoalmente para a mãe e em uma ligação telefônica para a irmã, que acordou nua com um médico mexendo em sua vagina. Os braços dela foram amarrados à cama. O ‘Hospital Icaraí’ nega as acusações, mas a Polícia Civil abriu uma investigação sobre o caso.

Desde o dia da internação, os familiares da jovem contam que não conseguem informações sobre o estado de saúde dela. A irmã relata que os médicos chegaram a debochar da mãe dela e que as coisas só avançaram após o caso aparecer na imprensa.

“Quando ela deu entrada no hospital ela chegou a ter convulsões e nisso, segundo os médicos, ela teve uma parada respiratória e teria que ser entubada. Mas aí que começaram os problemas, porque a gente não recebeu previsões de exames, diagnósticos dela, nada. Eles não passavam nada pra gente, só falavam que estava sendo entubada e desentubada. A gente questionava esse procedimento, queríamos entender porque estavam entubando e desentubando ela o tempo todo, a gente perguntava quais medicamentos ela estava tomando, mas não informavam nada para minha mãe. Quando minha mãe ia ao hospital no horário da visita, eles pediam para ela esperar, o horário acabava, os médicos não falavam com ela e minha mãe não via minha irmã”, disse a irmã da paciente”, disse a irmã da paciente.

Na terça-feira (1) de manhã, a mãe da estudante esteve no hospital e conseguiu conversar com a filha. Por telefone, a irmã da jovem, que atualmente mora na Polônia, contou que a jovem pediu por “socorro” e disse que, na madrugada de segunda-feira (30), ao acordar, estava sem roupas, com as pernas abertas e um médico mexendo em suas partes íntimas.

“Eu consegui falar com ela pela ligação que minha mãe fez na terça. Eu conversei com ela e foi quando ela pediu por ‘socorro’. Ela estava muito fraca, não tinha forças para falar. Ela pediu para eu tirar ela do hospital, porque tinha sido muito maltratada pela equipe médica. Ela disse: ‘Eu acordei, estava com a perna aberta e estavam colocando algo em mim, mas disseram que era exame. Mas eles estavam fazendo de uma forma errada, eu disse que não queria que eles fizessem, mas o médico continuou e começou a gritar comigo e estou com muito medo. Por favor, não desiste de me tirar daqui, por favor’. Foi nesse momento que entramos em desespero e minha mãe decidiu tirar ela de qualquer forma do hospital”, contou a jovem.

Depois de a menina denunciar os maus tratos, a família registrou o caso na 77ª DP (Icaraí). Porém, logo depois de voltar da delegacia, a mãe voltou novamente para a unidade de saúde e foi informada que os médicos entubaram a estudante novamente.

“Minha mãe voltou e ela estava entubada. Foi aí que decidi postar o caso nas minhas redes sociais para que pudessem nos ajudar. Eu não quero que nada aconteça com ela. Até hoje não temos informações, resultados de exames, nada. Está muito complicado. Quando íamos pedir informações, eles só falam ‘estamos tentando marcar os exames, mas não sabemos ainda quando’. A gente questionou ao hospital quem era o médico que estava com ela naquela noite, mas eles não deram nenhum nome. O médico poderia ter ido falar com a minha mãe, mas nem isso. Queríamos saber o que de fato aconteceu”, acrescentou a irmã da vítima.

“Está tão cansativo, a gente só quer, desde o início, transferir ela de hospital. A minha mãe entrou com uma liminar para conseguir a transferência e agora estamos aguardando só a assinatura do juiz, porque o hospital disse que só vai liberar com autorização judicial. Minha mãe está com esgotamento físico e mental e eu não como e durmo direito há dias. Estamos recebendo muito apoio da família, muitos amigos da minha irmã, a mídia agora também. Espero que pelo menos agora ela esteja tendo um atendimento melhor, porque eles já estão cientes da repercussão que deu”, finalizou.

A publicação da denúncia pela irmã nas redes sociais viralizou e obteve centenas de comentários. Em um deles, uma pessoa que se identificou como profissional de saúde relatou que os abusos no ambiente hospitalar são recorrentes. “Infelizmente, esse tipo de abuso é mais frequente do que se imagina. São diversos os casos, e conheço alguns, mas não são investigados”, afirmou.

Em nota, a Polícia Civil informou que “as investigações estão em andamento na 76ª DP (Niterói) para apurar os fatos. A mãe da vítima vai ser ouvida, nesta sexta-feira, na unidade policial”. Os agentes “também vão intimar todos os médicos do hospital envolvidos no atendimento à vítima para serem ouvidos na delegacia”.

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