Redação Pragmatismo
EUA 03/Nov/2020 às 14:22 COMENTÁRIOS
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Bolsonaro é aconselhado a silenciar após tuitar loucamente sobre eleição dos EUA

Publicado em 03 Nov, 2020 às 14h22

Imaginando ser capaz de exercer alguma influência na eleição dos EUA, Jair Bolsonaro passou as últimas horas tuitando loucamente sobre a disputa entre Trump e Biden. Por conta das opiniões polêmicas, o presidente brasileiro foi aconselhado a fechar o bico e esperar o resultado

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(Imagem: Alan Santos/PR)

Apesar da torcida aberta do presidente Jair Bolsonaro pela reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, a recomendação de diplomatas e assessores próximos ao presidente é que ele espere a declaração de um resultado oficial da disputada eleição norte-americana desta terça-feira para se manifestar, disseram à Reuters duas fontes que acompanham o tema.

Bolsonaro acompanha de perto as eleições nos Estados Unidos e na manhã desta terça se reuniu com o ministro das Relações Exteriores. Ernesto Araújo, o assessor para assuntos estratégicos da Presidência, almirante Flávio Rocha, e com o assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, para analisar o cenário norte-americano e definir a estratégia de reação ao resultado.

A recomendação feita ao presidente, de acordo com uma das fontes, é que, dado ao cenário imprevisível da eleição, o presidente brasileiro se abstenha de cumprimentar um vencedor antes do anúncio do resultado oficial, o que deve levar alguns dias, mesmo que um deles, Trump ou o democrata Joe Biden, se declare vencedor.

O governo brasileiro trabalha com a possibilidade de Trump levar à Justiça o resultado das eleições, o que pode embolar ainda mais o processo e retardar o resultado. Nesse caso, Bolsonaro foi aconselhado também a não dar declarações que sugiram um lado.

“A recomendação é não falar nada até termos um resultado definitivo”, disse uma das fontes, ressaltando que, apesar das pesquisas darem vantagem a Biden, é difícil prever o resultado no Colégio Eleitoral.

Apesar das recomendações, a reação de Bolsonaro é imprevisível. Hoje pela manhã, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente perguntou se a eleição daria Biden ou Trump. Ao ouvir que “tinha que dar Trump”, respondeu que não falaria nada.

Mais tarde, no entanto, disse à CNN Brasil que estaria confiante na reeleição de Trump e que isso seria bom para as relações comerciais e diplomáticas do Brasil.

Bolsonaro também citou as eleições norte-americanas em uma série de tuítes publicados na manhã desta terça, afirmando que o pleito desperta “interesses globais” e pode ser alvo de “interferência externa”.

“É inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais. Até por isso, no campo das informações, há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências, no resultado final das urnas”, escreveu.

Bolsonaro ainda extrapolou o risco para as eleições brasileiras de 2022, afirmando que pode haver interferência externa de potências que buscariam um governo mais simpático a suas posições, sem citar quais seriam esses países.

“Não se trata apenas do Brasil. Devemos nos inteirar, cada vez mais, do porquê, e por ação de quem, a América do Sul está caminhando para a esquerda”, escreveu.

Reuters

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