Redação Pragmatismo
Racismo não 04/Set/2020 às 14:27 COMENTÁRIOS
Racismo não

Policiais que mataram homem negro com saco plástico na cabeça são afastados

Publicado em 04 Set, 2020 às 14h27

Policiais que se divertiram ao sufocar um homem negro são suspensos. O caso aconteceu há 6 meses e só veio à tona depois que a família decidiu divulgar as imagens. "Telefonei para a polícia para ajudar meu irmão, não para ele ser assassinado", desabafou irmão da vítima

Daniel Prude

Os policiais envolvidos no sufocamento de Daniel Prude foram suspensos de suas atividades nesta quinta-feira (3). O anúncio foi feito pela prefeita de Rochester, no estado de Nova York. O homem negro morreu dias depois da ação policial por asfixia e outras complicações.

Em entrevista coletiva, a prefeita Lovely Warren, que é negra, criticou a ação policial. “Você não pode deixar esse tipo de coisa acontecer. Você tem um dever”, disse. “Quando eu vi esse vídeo, fiquei furiosa”, afirmou Warren.

O caso veio à tona depois que a família liberou as imagens gravadas pelas câmeras dos próprios policiais quase seis meses depois. Com o vídeo liberado, novos protestos tomaram as ruas de Rochester, em mais um dos vários atos pelos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial.

As imagens mostram que Prude estava nu e desorientado quando os agentes de segurança colocaram sobre a cabeça dele uma espécie de capuz. O vídeo mostra que os policiais se divertem em determinado momento.

Em seguida, os policiais pressionam a cabeça de Prude contra o chão. Aos poucos, ele perde os sentidos. No fim do vídeo, é possível ver médicos tentando reanimar o homem.

Problemas de saúde mental

A família de Prude relatou na quarta-feira que Daniel sofria de problemas de saúde mental causado pelas mortes de sua mãe e de dois irmãos. Ele vivia em Chicago, mas visitava os parentes em Rochester com frequência para ficar mais próximo dos familiares.

No dia da ação policial, Daniel Prude foi levado a um hospital para exames. Ao voltar para a casa da família, ele subitamente saiu correndo pela rua e tirou as roupas. Um irmão, então, ligou para o 911 — telefone dos serviços de emergência dos EUA.

“Eu telefonei para pedir ajuda para o meu irmão. Não para ele ser assassinado”, disse Joe Prude em entrevista na quarta-feira.

Na mesma noite em que o caso veio à tona, manifestantes montaram um pequeno memorial perto do local onde os policiais foram gravados colocando o capuz sobre a cabeça do homem. Um grupo acendeu velas e colocou uma placa com o nome de Daniel Prude.

Diversos grupos de ativistas vêm pedindo que os policiais envolvidos no caso sejam processados por assassinato. A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, afirmou que a investigação foi aberta ainda em abril e continua.

AFP

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