Redação Pragmatismo
Homofobia 14/Ago/2020 às 10:29 COMENTÁRIOS
Homofobia

Jovem gay espancado por motorista precisou pular de carro em movimento

Publicado em 14 Ago, 2020 às 10h29

Jovem é espancado por motorista homofóbico em Manaus e pula do carro para sobreviver. Agressões começaram após Clayton Oliveira ser questionado e admitir, durante a corrida, que é homossexual. Aplicativo divulga nota sobre o caso

Clayton Oliveira
Clayton Oliveira (divulgação)

Clayton Oliveira usou as redes sociais nesta quinta-feira (13) para denunciar que foi agredido por um motorista do aplicativo 99. A violência, segundo o relato do jovem, teve motivação homofóbica.

O crime aconteceu às 21h da última quarta-feira (12). Clayton conta que colocou as coisas que carregava no banco traseiro e sentou no banco do passageiro, ao lado do motorista.

Após uma conversa inicial, o motorista perguntou no meio de caminho se Clayton era homossexual. Ao responder que sim, o jovem levou um primeiro soco no rosto.

“Disse que sim e então começo a ser espancado, levando socos e gritos de que ‘viado precisa morrer’ e que eu precisava disso e eu só sairia de lá depois de morto. Ele gritava que tinha ódio de gays”, conta.

O jovem relata que, com medo das ameaças de morte, precisou pular do carro, que estava em alta velocidade. “Tentei relutar, puxei pelo menos uma das bolsas que tinha alguns documentos”, afirma. “Ou era isso ou eu estaria morto.”

A vítima contou ainda que o motorista teria dito que voltaria para agredi-lo até a morte. “Ele me jurou que voltaria e me mataria de tanta porrada.”

Após pular do carro, o jovem parou em um posto de combustíveis e pediu ajuda. “Parei em um posto e só sabia chorar. Pedi ajuda, gritei, estava todo deformado e ensanguentado. Está doendo não só pelo físico, mas também pelo emocional. Isso porque no final das contas, eu me senti um lixo pelo simples fato de ser gay”, destacou.

Na sequência, Clayton fez boletim de ocorrência e comprovou as agressões em exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML).

Além das agressões, Clayton perdeu uma mala com roupas, maquiagens, relógios e vários outros pertences. O aparelho celular dele também estava na mala e foi levado pelo motorista. Devido ao rastreador, ele conseguiu encontrar o aparelho quebrado e jogado em uma avenida de Manaus.

O aplicativo 99 divulgou uma nota sobre o caso:

A 99 recebeu a grave denúncia do passageiro Clayton Oliveira envolvendo um motorista da plataforma. Assim que tomamos conhecimento do caso, bloqueamos o condutor imediatamente enquanto a polícia realiza a investigação.

Mobilizamos uma equipe que está buscando contato com Clayton para oferecer todo o apoio e acolhimento necessário. A empresa está disponível para colaborar com as apurações das autoridades.

O aplicativo lamenta profundamente o caso e reitera que repudia veemente qualquer atitude preconceituosa ou hostil contra pessoas, seja por conta de orientação sexual ou qualquer outra. Temos uma política de tolerância zero em relação à LGBTFobia.

Esclarecemos ainda que todos os usuários, motoristas e passageiros, devem tratar uns aos outros com boa fé e respeito. Em comportamentos como esse, que vão contra os Termos de Uso da Plataforma, todas as medidas corretivas são adotadas — e incluem o bloqueio definitivo do perfil do agressor.

A plataforma orienta e sensibiliza os condutores a atenderem a todos com respeito. Passageiros que tenham sofrido qualquer forma de agressão ou discriminação devem reportar imediatamente para a empresa, por meio de seu app ou pelo telefone 0800-888-8999, para que medidas corretivas sejam adotadas. Trabalhamos 24 horas por dia, 7 dias por semana, para cuidar exclusivamente da proteção dos usuários.

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