Redação Pragmatismo
Saúde 13/Jul/2020 às 20:57 COMENTÁRIOS
Saúde

Homem que não acreditava na doença morre após participar de "Festa da Covid"

Publicado em 13 Jul, 2020 às 20h57

"Acho que cometi um erro", disse o jovem a uma enfermeira antes de morrer. As festas são marcadas para que as pessoas peguem o coronavírus intencionalmente. Os motivos variam desde querer desenvolver imunidade até competir para ver quem é infectado primeiro

festa da covid morre
Profissional de saúde entra em unidade para pacientes com a COVID-19 no hospital United Memorial Medical Center, em Houston, Texas, 2 de julho de 2020 – AFP/Arquivos

Um americano na faixa dos 30 anos morreu no Texas, nos Estados Unidos, após ter sido contagiado pelo coronavírus em uma “Festa da Covid”, organizada por uma pessoa infectada, segundo informou a diretora médica do hospital onde o jovem faleceu.

“A ideia (da festa) é se reunir para ver se o vírus é real e se alguém o contrai”, explicou Jane Appleby, diretora médica do Hospital Metodista de San Antonio.

Jane contou que, após a ida à festa, a saúde do rapaz começou a se deteriorar até ele precisar ser hospitalizado e ir a óbito. Antes de morrer, o paciente contou tudo o que aconteceu à enfermeira que o atendia: “Acho que cometi um erro”.

“Ele achou que esta doença era uma fraude. Achava que sendo jovem era invencível e não seria afetado pela doença”, contou a diretora médica do Hospital Metodista de San Antonio. Ela acrescentou que pacientes jovens não costumam se dar conta de quão doentes estão.

Alguns pacientes jovens, segundo ela, não percebem como estão realmente doentes. “As pessoas chegam ao hospital e inicialmente não parecem tão mal. Não parecem muito doentes, mas quando você verifica os níveis de oxigênio e os exames laboratoriais, estão mais doentes do que parecem”, disse Appleby: “Meu apelo à nossa comunidade e especialmente a todos os jovens é levar isso a sério. Use sua máscara”.

As “festas da covid” seriam realizadas nos moldes das “festas da catapora”, que eram comuns até meados dos anos 1990, antes do desenvolvimento da vacina contra aquela doença. O objetivo seria entrar logo em contato com o vírus para ganhar imunidade.

No caso da catapora, muitos pais acreditavam que a doença se manifestaria de forma mais branda em crianças do que em adultos e esperavam, assim, garantir que os filhos ficassem imunizados desde cedo.

Recorde de casos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou um novo recorde no número de casos confirmados de coronavírus em um período de 24 horas, superando 230 mil. Estados Unidos, Brasil, Índia, nessa ordem, puxaram a alta.

No Brasil, o número de casos confirmados ultrapassou 1.864.000 neste domingo (12) e deve ultrapassar 2 milhões ainda nesta semana.

Dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos mostram que um total de quase 12,9 milhões de casos foi registrado oficialmente em todo o mundo no início desta segunda-feira (13) e 568.296 mortes.

Especialistas, no entanto, acreditam que esses números estejam subnotificados, em grande parte devido à falta de testagem em massa, que impede autoridades de saúde de saber a realidade da pandemia, como é o caso do Brasil.

Os Estados Unidos voltaram ao topo da lista de novos casos registrados por dia, com mais de 66 mil, no domingo (12).

Somente a Flórida confirmou o maior aumento de casos diários de todos os tempos para um estado americano, com 15 mil novos casos, também no domingo. O recorde anterior era detido pela Califórnia, com 11.694, na última quarta-feira (8). Em 15 de abril, Nova York tinha 11.571.

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