Direita

Homem que partiu para cima de enfermeiras trabalha para Damares Alves

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Homem que agrediu e cuspiu em enfermeiras é missionário de igreja evangélica e funcionário do Ministério de Direitos Humanos, dentro do setor dos Direitos da Criança e do Adolescente. Ele não aparece para trabalhar há dois meses, alegando estar "doente", mas foi flagrado no período em atos pró-intervenção militar

Renan da Silva Sena

O homem que agrediu e cuspiu em enfermeiras em Brasília (DF) no 1º de maio, dia do trabalhador, é Renan da Silva Sena. Ele é funcionário terceirizado do MDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos).

Renan Sena é analista de projetos do setor socioeducativo, mas não gosta muito de trabalhar. Ele não exerce suas atividades no ministério desde meados de março.

Na sexta, enfermeiras e técnicas de enfermagem homenageavam 55 colegas de profissão mortos por causa da pandemia do novo coronavírus. Vestido de camisa amarela e com uma bandeira nacional, Renan agrediu com xingamentos e empurrões duas enfermeiras que participavam do ato. Ele cuspiu ainda no rosto de uma estudante de medicina que tentou defender as profissionais de saúde.

Engenheiro eletricista de formação e missionário da Igreja Batista Vale do Amanhecer, Renan Sena presta serviço, desde fevereiro, à SNDCA (Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que coordena o Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), responsável pela execução de medidas destinadas a adolescentes em conflitos com a lei.

Desde meados de março até o dia em que agrediu as enfermeiras, ele chegou a alegar que estava doente, não respondeu aos emails de seus superiores no MDH nem executou suas tarefas. Contudo, participou de diversos protestos em que pedia intervenção militar ou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometesse um golpe de Estado, como o ato realizado em Brasília no dia 15 de março.

No dia de 19 de abril, Sena foi visto no ato em que Bolsonaro discursou para manifestantes que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Sena participou ainda de protestos em frente à Embaixada da China, país a quem acusa de propagar intencionalmente o coronavírus, e também em frente ao STF, classificado por ele “como vergonha nacional”.

Comandada pela ministra Damares Alves, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que pediu a demissão de Sena. No entanto, a documentação que prova o ato demissionário não foi divulgada. Verificou-se também que o e-mail funcional dele continua ativo.

“O MMFDH ressalta que repudia qualquer ato de violência e agressão, principalmente contra profissionais de saúde em um momento que eles devem ser ainda mais respeitados e valorizados”, disse a pasta, em nota divulgada.

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