Redação Pragmatismo
Saúde 07/Mai/2020 às 19:30 COMENTÁRIOS
Saúde

Brasil tem mais de 600 mortos por coronavírus pelo 3º dia consecutivo

Publicado em 07 Mai, 2020 às 19h30

Brasil tem quase 10% das mortes por coronavírus em todo o mundo nas últimas 24 horas, alerta OMS. Revista científica chama Jair Bolsonaro de 'maior ameaça à luta à Covid-19'

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(Imagem: Alan Santos/PR)

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (7) o balanço dos casos do novo coronavírus no Brasil. São 9.146 mortes no total. Foram 610 mortes confirmadas em 24 horas.

Pelo terceiro dia seguido o país registra mais de 600 mortes diárias — na terça-feira foram contabilizadas 601 novas mortes e ontem 615.

Agora o Brasil tem 135.106 casos confirmados — 9.888 novos casos apenas nas últimas 24 horas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,2% das mortes em todo o mundo nas últimas 24 horas ocorreram no Brasil. O registro sobre o Brasil coloca o país como o terceiro com maior número de óbitos do mundo por conta do coronavírus no período avaliado. O país também é o maior foco da doença em todo o Hemisfério Sul do planeta.

No total, os países informaram à OMS a existência de 6,5 mil mortes nas últimas 24 horas, causadas pela Covid-19. Quase 10%, portanto, viria dos dados brasileiros.

No Reino Unido, foram mais 649 mortes. Os americanos lideram com 2,4 mil mortes nas últimas 24 horas e um total de 65,2 mil óbitos.

Juntos, americanos, brasileiros e britânicos representam mais da metade de todos os mortos.

No mundo, pela contagem da OMS, são 3,6 milhões de casos e 254 mil mortes. A Europa continua a liderar, com 1,6 milhão de casos, 80 mil a mais que o continente americano. Em termos de mortes, são 150 mil na Europa e 84 mil nas Américas.

Bolsonaro é ameaça

O editorial da revista científica The Lancet, uma das mais importantes na área médica do mundo, classifica o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como “a maior ameaça à resposta do Brasil à covid-19”. A publicação sugere que ele mude sua conduta ou seja “o próximo a sair”.

Em texto da edição de 9 de maio, já disponível para assinantes, a revista editada no Reino Unido destaca que o Brasil é o país com mais infecções e mortes pela doença na América Latina e diz que esses números são “provavelmente substancialmente subestimados”.

A revista ainda prevê piora do cenário nos próximos dias e relembra que recente estudo do Imperial College, de Londres, apontou que o Brasil é o país com o mais alto índice de transmissão de covid-19 no mundo (2,81, ou seja, cada infectado transmite a doença para mais três pessoas) e que a epidemia, antes restrita às maiores cidades do país, se alastra pelo interior, sem leitos de UTI e com poucos respiradores.

A revista cita ainda o episódio da semana passada quando o presidente foi questionado por jornalistas sobre o rápido crescimento das mortes pela doença e respondeu: “e daí? Lamento quer que eu faça o quê?”.

“Ele não apenas continua a semear confusão ao abertamente desencorajar as medidas de distanciamento social e quarentena determinadas por governadores estaduais e prefeitos, mas também perdeu dois importantes e influentes ministros nas últimas três semanas”.

Segundo a publicação, as saídas de Luiz Henrique Mandetta (DEM) da Saúde e de Sergio Moro da Justiça “são desarranjos no coração da administração no meio de uma emergência de saúde pública e são também sinais claros de que a liderança brasileira perdeu seu compasso moral, se é que um dia teve”.

O editorial cita também as péssimas condições sanitárias das favelas e as invasões perpetradas por madeireiros, fazendeiros e garimpeiros em território indígena, cuja população já vivia ameaçada antes da pandemia e que agora tem a doença trazida pelos invasores.

A publicação elogiou e chamou de “ações esperançosas” o esforço de cientistas brasileiros que têm publicado artigos de ciência básica e epidemiologia e destacou que houve uma rápida produção de equipamentos de proteção individual, respiradores e testes.

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