Redação Pragmatismo
Direita 22/Abr/2020 às 12:52 COMENTÁRIOS
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Servidor público oferece dinheiro a quem agredir repórter da Globo

Publicado em 22 Abr, 2020 às 12h52

Servidor público bolsonarista oferece dinheiro a quem agredir repórter da TV Globo na rua. Ele será processado

marcos sales bolsonaro globo
Marcos Sales em imagem postada por ele mesmo nas redes sociais

Sylvio Costa, Congresso em Foco

Exercer o ofício de jornalista ficou um pouco mais perigoso nestes tempos em que a avenida Brasil cruzou com outras vias, digitalizadas e ferozes.

Agora, um servidor público do governo do Distrito Federal (GDF) se sentiu no direito de desafiar a lei para constranger repórteres da TV Globo.

Vejam o que ele publicou no Facebook:

(continua após a imagem)

O autor da promessa de recompensa é Marcos Aurélio Neves do Rego Sales, que é “agente socioeducativo” da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal. O seu salário líquido é de R$ 6.178,73, segundo o Portal de Transparência do GDF:

No Facebook, Marcos Sales ostenta tanto a condição de funcionário da Secretaria de Justiça e Cidadania quanto uma foto em que divulga o “Aliança pelo Brasil”, o partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar.

Marcos Sales responderá a processo administrativo, que vai apurar se ele descumpriu o Estatuto do Servidor Público do Distrito Federal (Lei Complementar 840/2011).

O estatuto diz que poderá incorrer em “responsabilidade civil”, ficando assim sujeito aos eventuais danos materiais decorrentes do seu ato, quem praticar ato que “resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro”.

Também considera infração “exercer atividade privada incompatível com o exercício do cargo público ou da função de confiança”, “ofender fisicamente a outrem” e “praticar ato de assédio sexual ou moral”.

Ainda conforme o estatuto, a definição da sanção disciplinar deverá levar em conta a “gravidade da infração disciplinar cometida”, “o ânimo e a intenção do servidor” e “as circunstâncias atenuantes e agravantes”. As sanções vão desde a advertência até a demissão ou destituição do cargo em comissão.

Redes de TV são obrigadas a enviar seus profissionais às ruas para gravar externas. O crime da Globo é o mesmo que leva hoje bolsonaristas radicais a difamarem quase todos os veículos e jornalistas profissionais do país: não rezar na cartilha do presidente que namora a volta do AI-5 e considera a doença causada pelo coronavírus “uma gripezinha”.

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