Redação Pragmatismo
Notícias 14/Mar/2020 às 08:10 COMENTÁRIOS
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URGENTE: Gustavo Bebianno morre no RJ aos 56 anos

Publicado em 14 Mar, 2020 às 08h10

Ex-advogado de Jair Bolsonaro tinha 56 anos. Considerado um arquivo vivo, Gustavo Bebianno afirmou há poucos dias, nos bastidores do último Roda Viva, ter medo de revelar tudo o que sabia sobre a família do presidente e o atual governo

morre Gustavo Bebianno
Gustavo Bebianno

Morreu na madrugada deste sábado (14) Gustavo Bebianno (PSDB), ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (sem partido). A morte ocorreu em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Ele tinha 56 anos.

O presidente do diretório do PSDB do Rio de Janeiro, Paulo Marinho, disse que ele passou mal por volta das 4h de hoje. Ao ir ao banheiro tomar um remédio, ele desmaiou. “Infelizmente, é verdade. Passou mal, foi levado ao hospital, tentaram reanimá-lo, mas não resistiu”, afirmou.

De aliado a desafeto de Jair Bolsonaro, Bebianno foi o pivô da primeira crise política do governo. Atualmente no PSDB tinha planos de se candidatar à Prefeitura do Rio nas eleições desse ano.

Com a eleição de Bolsonaro, Bebianno se tornou o secretário-geral da Presidência da República. No entanto, apesar de ter assumido a função em 1º de janeiro de 2019, deixou o cargo pouco depois, em 18 de fevereiro, por causa de desavenças com Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Fora da função, Bebianno disse, em entrevista à rádio Jovem Pan, que foi “demitido pelo Carlos Bolsonaro”.

Em dezembro, Bebianno se filiou ao PSDB a convite de João Doria, governador de São Paulo. No começo de março, os dois anunciaram a pré-candidatura do ex-PSL à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Ainda no começo de março, entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, fez mais críticas a Bolsonaro e admitiu preocupação com o governo federal. “Não tenho bola de cristal, não sei o que vai acontecer. Mas temo por uma ruptura institucional”, declarou na ocasião.

“A minha grande crítica é que o presidente está atrapalhando (…) me assusta, o presidente eleito recentemente e só pensar em reeleição. Se você tiver o cuidado de pegar a agenda presidencial, você vai ver que ele só pensa em reeleição, reeleição”, disse.

“Ele praticamente não trabalha pelo Brasil. O risco é esse, a começar pelos filhos. AI- 5 para cá e para lá, críticas infundadas a outros poderes”, completou.

Arquivo vivo

Por ter sido advogado de Bolsonaro e chefe da campanha eleitoral do capitão em 2018, Gustavo Bebianno era considerado um arquivo vivo.

Nos intervalos de sua entrevista no último programa Roda Viva, no dia 2 de março, Bebianno relatou ter medo de falar tudo o que sabe sobre os atos que envolvem o presidente Jair Bolsonaro.

Ao ser pressionado por jornalistas, fora do ar, respondeu: “Está vendo aquele ali (apontando para o seu filho)? É o meu único segurança”, disse. O jovem era o único na plateia de convidados de Bebianno.

O relato sobre o medo foi feito após os jornalistas insistirem para que Bebianno falasse quem seria o delegado da Polícia Federal que teria participado da tentativa de montagem de uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela no governo.

Com as câmeras ligadas, ele disse apenas que se lembrava do delegado, mas que não revelaria o seu nome “por uma questão institucional e pessoal”.

No mesmo contexto, Bebianno não quis se alongar quando questionado sobre a compra de duas vans de transporte de passageiros por Bolsonaro — uma delas foi dada a um amigo do ex-policial militar Fabrício Queiroz, apontado no suposto esquema de rachadinha do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Ainda na entrevista, Bebianno foi enfático em querer saber com quais objetivos Olavo de Carvalho estaria liberando seu “curso” de graça para policiais militares. E mais: Ainda disse que tal fato poderia ter relação com a sublevação dos policiais-milicianos no Ceará.

Gustavo Bebianno

Advogado de formação, Gustavo Bebianno Rocha nasceu no Rio de Janeiro em 18 de janeiro de 1964. Em 2017, ele foi apresentado ao então deputado federal Jair Bolsonaro, oferecendo-se para defendê-lo gratuitamente em diversas causas. Em pouco tempo, os dois estabeleceram uma relação de confiança. Bebianno chegou a ser presidente do PSL no período em que Bolsonaro estava na sigla.

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