Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 05/Mar/2020 às 13:38 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Delegado é autuado por duplo feminicídio após matar esposa e enteada

Publicado em 05 Mar, 2020 às 13h38

Delegado mata a esposa e enteada a tiros em Curitiba. A filha do casal, uma menina de nove anos, estava na residência dormindo no momento do crime

delegado Erik Busetti
O delegado Erik Busetti e a esposa Maritza

O delegado Erik Busetti foi preso em flagrante na noite desta quarta-feira (4) por assassinar a esposa e a enteada em Curitiba (PR). Morreram Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, e a filha dela Ana Carolina de Souza, de 16 anos.

Erik Busetti confessou o crime e foi autuado por duplo feminicídio. De acordo com a delegada Camila Cecconello, Busetti e a esposa estariam em processo de separação e discutiam bastante.

O crime aconteceu por volta das 23h30 na casa onde a família morava. A filha do casal, uma menina de nove anos, estava na residência dormindo. “Após matar a esposa e a enteada, ele levou a filha para a vizinha e pediu para ela ligar para a Polícia Militar”, disse a delegada.

A Polícia Militar (PM) foi ao local, e a Polícia Civil chegou na sequência. De acordo com a delegada, ele deixou a arma no chão e se entregou. O casal estava junto há dez anos.

Maritza era escrivã da Polícia Civil. Ela trabalhava na Divisão de Planejamento Operacional, enquanto Busetti estava lotado no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).

Ainda segundo a delegada responsável, Busetti fez nove disparos, mas nem todos acertaram as vítimas. Os corpos de mãe e filha estavam perto do sofá. “Acreditamos que ela [Maritza] não estava armada naquele momento”.

O delegado-corregedor da Polícia Civil do Paraná, Marcelo Lemos, afirmou que a Corregedoria vai atuar com “máximo rigor”. “É um crime que sensibilizou a todos na Polícia Civil. A resposta à sociedade será dada de forma tranquila e com rigor”, disse Lemos.

Lemos também pontuou que o crime atribuído a Busetti é grave. Conforme o delegado da Corregedoria, Busetti e Maritza não tinham nenhuma punição no histórico disciplinar. Os dois faziam parte da Polícia Civil desde 2004.

Um feminicídio a cada 7 horas

O Brasil teve um aumento de 7,3% nos casos de feminicídio em 2019 em comparação com 2018, segundo levantamento feito com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. São 1.314 mulheres mortas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 7 horas, em média.

Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. Os casos mais comuns desses assassinatos ocorrem por motivos como a separação.

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