Redação Pragmatismo
Notícias 24/Mar/2020 às 17:10 COMENTÁRIOS
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Coronavírus: dono do Giraffas tenta despertar pânico em trabalhadores

Publicado em 24 Mar, 2020 às 17h10

Quando uma crise chega, seja qual for a sua natureza, e o Estado se propõe e tomar medidas que afetam a elite econômica brasileira, a mesma reage. É o que mostrou um dos sócios da rede de restaurantes Giraffas

Giraffas coronavírus Alexandre Guerra
CEO do Giraffas, Alexandre Guerra

Caroline Oliveira, Brasil de Fato

Quando uma crise chega, seja qual for a sua natureza, e o Estado se propõe e tomar medidas que afetam a elite econômica brasileira, a mesma reage. É o que mostrou o herdeiro da rede de restaurantes Giraffas.

Em suas redes sociais, ele sugeriu que o trabalhador que está em quarentena devido à pandemia causada pelo novo coronavírus deveria estar com medo de perder o emprego.

“Você que é funcionário, que talvez esteja em casa numa boa, numa tranquilidade, curtindo um pouco esse home office, esse descanso forçado, você já se deu conta que, ao invés de estar com medo de pegar esse vírus, você deveria também estar com medo de perder o emprego?”, disse Guerra em vídeo.

Depois da repercussão de sua fala, Guerra, que foi candidato a governador do Distrito Federal, em 2018, pelo Partido Novo, afirmou que os empregos de seus funcionários estão seguros.

Outro empresário que não gostou das medidas de quarentena aplicadas pelo governo foi o dono do restaurante Madero. Junior Durski afirmou que o Brasil não pode “parar dessa maneira”.

“O Brasil não tem essa condição. As consequências serão muito maiores do que as pessoas que vão morrer por conta do coronavírus”, afirmou em um vídeo publicado em suas redes sociais, onde há várias postagens favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro, que, por sua vez, já se referiu à covid-19 como “gripezinha”.

“Eu sei que temos que chorar e vamos chorar pelas pessoas que morreram por conta do coronavírus. Vamos isolar os idosos, aqueles com problemas de saúde, mas não podemos por conta de 5 mil pessoas que vão morrer… eu sei que é grave, que é um problema, mas o que é mais grave no Brasil é que ano passado morreram mais de 57 mil pessoas, foram assassinadas no Brasil, mais de 6 mil por desnutrição, 5.400 de tuberculose”, disse em vídeo postado em seu perfil no Instagram.

Não para por aí. O apoiador de Jair Bolsonaro e dono da Havan, Luciano Hang, ameaçou mandar 22 mil funcionários embora diante da crise. “Um emprego no comércio são cinco empregos para trás. Ou seja, se eu tenho 20 mil colaboradores hoje, eu tenho 120 mil pessoas dependendo da Havan”, afirmou o empresário em um vídeo divulgado em suas redes sociais.

“Se perder o emprego, pode demorar de cinco a dez anos para conseguir um novo. Para mim, Luciano, é muito simples. Eu fecho as lojas, cancelo os pedidos de todos os meus fornecedores, pago tudo o que eu comprei. Aí eu pego, vou para praia e quem sabe eu tenha que mandar 22 mil colaboradores embora”, afirmou.

O presidente do banco Santander, Sergio Rial, comparou quarentena e home office a “deserção”, de acordo com funcionários da empresa. Em um comunicado, destacou “o cuidado necessário que cada um deve ter com absenteísmo” no trabalho.

As declarações aparecem paralelamente à tentativa do governo federal de suspender os contratos de trabalho, assim como os salários por quatro meses, por meio de uma medida provisória (MP) publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (23).

Horas depois, no entanto, o governo revogou a parte em que liberava a suspensão de salário e contrato. Mas as outra regras da MP continuam em vigência, como teletrabalho, antecipação de férias individuais, concessão de férias coletivas, antecipação de feriados, banco de horas, suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho, direcionamento do trabalhador para qualificação, e adiamento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Quarentena

Em São Paulo, começa nesta terça-feira (24), a quarentena de 15 dia decretada pelo governador João Doria (PSDB) para conter a transmissão do novo coronavírus. A decisão atinge a todos os estabelecimentos de serviços não essenciais do estado.

“É uma decretação de quarentena. Saímos do campo da recomendação para a determinação legal. A medida pode ser renovada, estendida ou suprimida se houver necessidade, mas tem embasamento das informações que temos da área da saúde e do centro de informações do covid-19”, disse o governador em coletiva de imprensa.

Os serviços essenciais estão mantidos, como postos de gasolina, pet shops, supermercados, hipermercados, padarias, açougues farmácias e restaurantes, bares e cafés somente por entrega a delivery.
Hoje também começa o período de quarentena, por tempo indeterminado, na cidade do Rio de Janeiro, decretada pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).

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