Redação Pragmatismo
Direita 01/Out/2019 às 22:18 COMENTÁRIOS
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Homem que agrediu parlamentar do PT chorou ao ser preso pela PF

Publicado em 01 Out, 2019 às 22h18

Homem que agrediu deputado do PT disse ser amigo do juiz federal Vallisney de Oliveira, gerencia pousada que fez descontos na posse de Bolsonaro e parece ter relações com Luciano Hang. Preso pela Polícia Federal, ele chorou como uma criança

Gilberto Alves Júnior deputado do PT
Gilberto Alves Júnior agrediu deputado José Guimarães durante voo

O deputado federal José Guimarães (PT) foi hostilizado durante voo com destino à Brasília, onde cumpriria agenda na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (30). O responsável pelos insultos estava sentado ao lado do deputado no avião e gravou o momento em que disparou agressões contra Zé Guimarães, chamando-o de “corrupto” e “capitão cueca”.

“Cadê o dinheiro que estava na cueca? Se defenda! Você não é bem-vindo em Brasília, não”, disse o agressor, enquanto o deputado aguentava os insultos sem se pronunciar. O deputado ainda foi chamado de ‘vagabundo’, ‘safado’ e ‘corrupto’. Os xingamentos duraram cerca de 20 minutos, dizem passageiros. O parlamentar acionou a Polícia Federal e o agressor acabou detido quando o avião aterrissou.

O nome do agressor é Gilberto Alves Júnior. Ao ser preso, ele vociferou: “Podem mandar me prender, sou amigo do juiz Vallisney de Oliveira”. Vallisney é juiz federal da 1ª Região e professor da Universidade de Brasília (UnB). Ele atuou no julgamento de processos relacionados à Operação Lava Jato e à Operação Zelotes.

Gilberto é natural de Santa Catarina e gerencia uma pousada em Taguatinga (DF) que fez descontos para a posse de Jair Bolsonaro. O rapaz teve seu vídeo compartilhado por Luciano Hang, dono da Havan, logo quando foi publicado. O empresário é conterrâneo de Gilberto.

“O Nobile Plaza Hotel deseja boas vindas e sucesso ao Presidente Jair Messias Bolsonaro, o Brasil está contigo e Deus também!”, publicou o agressor no dia 1º de janeiro ao comemorar lotação do hotel Nobile Plaza após promoção realizada no dia da posse do presidente Jair Bolsonaro.

VÍDEO:

Depoimento

Testemunhas contaram que, ao perceber que realmente seria preso, Gilberto chorou e chegou a pedir desculpas. O militante bolsonarista apagou os vídeos registrados no celular com as ofensas destinadas contra o deputado e garantiu que não havia enviado o material para terceiros. No entanto, os vídeos começaram a circular por grupos de Whatsapp pouco depois das 21h – o voo, da Latam, pousou em Brasília às 21h10.

A Polícia Federal descobriu ainda que Gilberto Alves Junior mudou de lugar no avião propositalmente para ficar ao lado de Guimarães e registrar as ofensas em vídeo.

Na sessão da Câmara desta terça-feira (1º), Guimarães recebeu palavras de solidariedade de vários colegas e relatou que o vídeo preocupou seus familiares no Ceará. A mãe do petista, que mora no interior, tem 94 anos.

“A nossa família chora, a nossa família fica doída, mas eu só posso dizer que eu não vou recuar um milímetro das minhas posições políticas e muito menos do que eu faço aqui no Parlamento brasileiro, dado o compromisso que eu tenho com o Brasil”, declarou Guimarães, que também publicou vídeo no Facebook detalhando as medidas contra o seu agressor.

Reação

Nas redes sociais, José Guimarães comentou o episódio e disse que as ofensas disparadas contra ele tratam-se de fake news. “O vídeo em que fui covardemente agredido é repleto de fake news. Jamais fui preso e não estive envolvido quando um assessor foi pego com dinheiro no aeroporto de Congonhas em 2005″, disse o deputado no Twitter, depois de o vídeo vir à tona nas redes sociais. “Eu, inclusive, fui inocentado da acusação de improbidade administrativa, em 2012, pelo STJ”, completou.

“Assim sendo, minha assessoria jurídica coletará todos os ataques virtuais que sofri, a fim de que as medidas cabíveis tomem forma. Produzir ou contribuir com a disseminação de fake news é crime!”, declarou.

Guimarães formalizou a denúncia na Polícia Federal no começo da tarde desta terça (1) e a ação deverá ser encaminhada à procuradoria da Câmara dos Deputados. Ao todo, no inquérito criminal, consta três ações por danos morais, injúrias e difamação. “Achei que o caminho seria não revidar, o que foi correto”, disse. “Essa é uma clara tentativa de impedir as nossas ações, mas não é a agressão de um fascista que vai nos fazer recuar”, acrescentou o deputado.

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