Redação Pragmatismo
Barbárie 22/Mai/2019 às 12:29 COMENTÁRIOS
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Pai que matou filha de 13 anos continua foragido; crime completa 7 meses

Publicado em 22 Mai, 2019 às 12h29

Sete meses depois de matar a filha de 13 anos a facadas, Horácio Lazareno Lucas continua foragido e desafia investigadores. Família vive pânico permanente

Letícia Tanzi
Letícia Tanzi

No dia 3 de outubro de 2018, Horácio Lazareno Lucas, de 39 anos, matou a própria filha a facadas. Letícia Tanzi tinha apenas 13 anos. Sete meses depois do crime, que ocorreu na cidade de São Roque (SP), o assassino continua foragido.

O crime aconteceu horas após Horácio deixar a prisão, onde cumpria pena por estupro contra a cunhada. Durante o período em que ficou preso, a filha também o denunciou por estupro.

Horácio saiu da prisão com o intuito de forçar a filha a retirar a nova denúncia. A menina disse que não voltaria atrás e foi esfaqueada pelo homem — que havia recebido da Justiça o benefício de recorrer da primeira acusação de estupro em liberdade.

O homem desapareceu depois de cometer o crime e seu sumiço desafia investigadores, além de provocar pânico permanente nos familiares.

“Estou saindo de casa, mas ando sempre atenta, nunca de cabeça baixa e fico olhando todos que passam perto de mim para ver se vejo aquele monstro. O que eu quero é Justiça para minha filha. Ele não pode ficar impune, tem que pagar”, diz Tamires Tanzi, mãe da vítima.

A polícia afirma que já recebeu diversas denúncias sobre possíveis paradeiros do assassino, mas sempre que chegam nos locais indicados ele não é encontrado. O inquérito do caso corre em segredo de Justiça.

Letícia contou a amigos que foi estuprada

Enquanto o pai estava preso, Letícia o denunciou alegando que era violentada desde 2017. Horácio foi até a casa justamente com o objetivo de convencer a filha a retirar a denúncia de estupro. A mãe relatou também que ele estava calmo, mas a situação mudou quando a menina se negou a voltar atrás sobre a queixa.

Ao verificarem o celular de Letícia Tanzi, os investigadores encontraram troca de mensagens no WhatsApp onde a menina conta a amigos que foi estuprada pelo pai.

Letícia: “O pior é que eu pareço com a desgraça do meu ‘pai'”

Amiga: “Mas seu pai é legal”

Letícia: “Não, não é. Você pode ter certeza. Tão legal que está preso. Uau! Você conheceu ele, né? Eu pareço um tiquinho com ele, mas ele tem muito motivo para estar preso. Pedófilo do cão”

Amiga: “O que?”

Letícia: “Então, ele abusava de mim desde o ano passado e agia como se não fizesse nada comigo. Na frente dos outros ele era um amor comigo, mas quando minha mãe saía para trabalhar e eu ficava sozinha em casa com ele, aí né… ave”

Letícia: “Só que ele não foi preso por isso. Ele foi preso por um abuso de um tempão atrás e ele estava sendo procurado. Até que o encontraram e ele foi preso. Aí alguém fez a denúncia de que ele abusava de mim. Então o Conselho Tutelar foi lá na escola me procurar e eu contei tudo para eles. Fui na delegacia e tal, dei o depoimento. Enfim”

Detalhes

Horácio foi condenado há oito anos de reclusão por estuprar a cunhada em 2010. O processo do estupro corria desde 2011. Segundo o Tribunal de Justiça, ele respondeu em liberdade e sempre cumpriu as medidas cautelares.

Ao final do processo, ele foi condenado, mas com possibilidade de recorrer. No entanto, o oficial de Justiça não o encontrou para a intimação. Ele foi localizado e preso apenas em 8 de junho de 2018.

Aliviada com a prisão, Letícia contou para a mãe que era violentada desde 2017. A denúncia da menina pegou a família de surpresa e a mãe registrou um novo boletim de ocorrência para voltar atrás no pedido de soltura feito à Justiça, mas não conseguiu.

A Justiça expediu o alvará de soltura para que ele pudesse recorrer da condenação em liberdade. Letícia foi morta horas depois.

Horácio Lazareno Lucas

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