Redação Pragmatismo
América Latina 30/Abr/2019 às 17:23 COMENTÁRIOS
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Golpe na Venezuela fracassa e militares desertores pedem asilo na embaixada brasileira

Publicado em 30 Abr, 2019 às 17h23

Golpe na Venezuela fracassa e 25 militares desertores pedem asilo na embaixada brasileira. Leopoldo López, libertado por Guaidó, pede asilo na Embaixada do Chile

guaidó leopoldo lopez
Guiadó (esq) libertou Leopoldo López, seu mentor político. Golpe, no entanto, fracassou (imagem divulgada hoje pela oposição venezuelana)

Jair Bolsonaro (PSL) atendeu na tarde desta terça-feira (30) a um pedido de asilo político de 25 militares venezuelanos na embaixada do Brasil na Venezuela. A informação é do porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.

O pedido de asilo dos militares ocorreu após a tentativa fracassada de um golpe de estado para remover Nicolás Maduro da Presidência da Venezuela.

Tudo começou na madrugada desta terça (30), quando Juan Guaidó libertou seu mentor político Leopoldo López da prisão e ambos deram início a uma ação para tentar derrubar o governo.

Leopoldo Lopez, por sua vez, pediu asilo na Embaixada do Chile na Venezuela junto com a esposa, a ex-deputada Lílian Tintori, e a filha. A informação foi confirmada pelo chanceler chileno, Roberto Ampuero.

“Lilian Tintori e sua filha ingressaram como hóspedes na residência de nossa missão diplomática em Caracas. Há alguns minutos, juntou-se seu cônjuge, Leopoldo López, que permanece com a família neste local. O Chile reafirma compromisso com democratas venezuelanos”, afirmou Ampuero pelo Twitter.

López era opositor ao governo do presidente Nicolás Maduro e havia sido condenado à prisão em 2015. Ele havia recebido a pena máxima – 13 anos, nove meses e sete dias – pelos crimes de que era acusado: incitação à violência, formação de quadrilha, incêndio criminoso e danos à propriedade.

As acusações dizem respeito aos atos violentos que causaram 43 mortes decorrentes dos protestos antigoverno realizados em 2014. López era um dos líderes do movimento “A saída”, plano que pretendia a derrubada do presidente Maduro.

Em 2017, López deixou o presídio militar de Ramo Verde, perto de Caracas, e passou a cumprir prisão domiciliar. Ele teve o regime de prisão alterado devido a “problemas de saúde”, segundo informou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

Especialistas em geopolítica e observadores da cena política venezuelana acreditam ainda que Juan Guiadó pode ser preso por ter inflamado ataques violentos contra as forças oficiais do governo.

Leopoldo Lopez e Guiadó em imagem antiga.

Leopoldo López

A aparição do histórico opositor do chavismo, Leopoldo López, foi uma das surpresas desta tensa terça-feira, 30 de abril. Preso desde 2014, López surgiu ao lado do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, durante seu anúncio de apoio militar na derrubada de Nicolás Maduro.

Nascido em Caracas, em 29 de abril de 1971, Leopoldo López estudou Economia na Universidade de Harvard. Em 2000, aos 29 anos, recebeu 51% dos votos nas eleições para a Prefeitura de Chacao, a cidade mais rica da grande Caracas, e em 2004 reelegeu-se com 81% da votação.

Em abril de 2002 foi um dos vários políticos por trás das manifestações que resultaram em um golpe de Estado, que afastou por pouco tempo do poder o então presidente Hugo Chávez.

Foi em 2014, contudo, que López voltou aos holofotes na Venezuela ao liderar uma série de protestos contra o governo chavista. Na ocasião, suas táticas fizeram com que Maduro o responsabilizasse pelos mortos e feridos em manifestações de universitários em Caracas.

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