Redação Pragmatismo
Ciência 10/Jan/2019 às 15:06 COMENTÁRIOS
Ciência

Marcos Pontes rebate Damares: "Não se deve misturar ciência com religião"

Publicado em 10 Jan, 2019 às 15h06

Ministro da Ciência e Tecnologia defende teoria da evolução criticada por Damares Alves. Marcos Pontes ainda rebateu declarações da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos

Marcos Pontes Damares Alves
Marcos Pontes e Damares Alves

O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, defendeu a teoria da evolução, criticada pela ministra Damares Alves (Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos) em vídeo que viralizou na internet nessa quarta-feira (9).

Em entrevista à rádio CBN nesta manhã, o ministro disse que a teoria foi desenvolvida com método por décadas e que educação e religião não podem ser associadas.

Na gravação, que segundo sua assessoria é de 2013, Damares afirma que a igreja evangélica perdeu espaço na história quando deixou o evolucionismo, difundido pelo cientista Charles Darwin no século 19, entrar nas escolas.

“E aí cientistas tomaram conta dessa área”, disse a ministra, que é pastora da Igreja do Evangelho Quadrangular.

“Ela deve ter falado isso em algum tipo de contexto que eu não sei exatamente. Mas, do ponto de vista da ciência, ela trabalha com método científico, são muitos anos e décadas de estudo para formar a teoria da evolução. Não se deve misturar ciência com religião, na minha opinião”, afirmou Pontes.

De acordo com o evolucionismo, as espécies atuais descendem de outras que sofreram modificações ao longo do tempo e transmitiram novas características aos seus descendentes.

A teoria da evolução criticada por Damares se contrapõe ao criacionismo, tese defendida por religiosos que atribui a criação do mundo e suas espécies a forças divinas.

Ensino superior

Na entrevista, o ministro Marcos Pontes também tratou de possíveis mudanças no ensino superior. Pontes afirmou que a ideia de se trazer o ensino superior para a Ciência e Tecnologia, levantada por Bolsonaro durante a campanha eleitoral, precisa ser discutida com a comunidade acadêmica para saber se ela aprova ou não a saída do Ministério da Educação.

“Isso existe em alguns países. Só que a realização disso sem ser de forma gradual causaria certo trauma. Havia uma certa reação. Temos problemas em relação a orçamento e outras questões na pasta. A ideia é primeiro acertar o que nós temos, melhorar a estrutura atual”, explicou.

A conexão com as universidades, segundo ele, será reforçada pela pasta. “Nós temos uma conexão muito grande com a pós-graduação e o ensino superior que vai ajudar, dentro possível, na melhoria da infraestrutura dos laboratórios nas universidades, que é muito importante. […] É muito importante conversar com a comunidade científica e os reitores”, emendou.

Marcos Pontes afirmou que será necessário fazer alguns ajustes no orçamento do ministério para recuperar investimentos no CPPQ e no Finep. “O CNPQ é essencial em pesquisa básica. É um dos nossos motores. Esse problema será tratado ao longo do ano”, afirmou. Uma das possibilidades citadas pelo ministro é a aplicação de recursos de emendas parlamentares.

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