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Joice Hasselmann provoca nova briga interna na campanha de Bolsonaro

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O último fim de semana foi frenético para quem está nos grupos de WhatsApp dos apoiadores de Jair Bolsonaro. Desta vez, quem desencadeou a confusão foi a ex-apresentadora e candidata Joice Hasselmann. O vídeo foi apagado, mas algumas pessoas salvaram o material

Severino Motta, BuzzFeed

O último fim de semana foi frenético para quem está nos grupos de WhatsApp dos candidatos do PSL de Jair Bolsonaro.

Depois da confusão causada também por mensagens de WhatsApp envolvendo o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, o vice, Gulliem Lemos, dessa vez o pivô do novo tumulto foi a candidata a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

Tudo começou após a transmissão de um vídeo ao vivo nas redes sociais de Joice, ex-apresentadora da TVEJA (ligada à revista Veja) e ativista política de direita.

Na live, Joice disse que as “únicas candidaturas” para a Câmara dos Deputados que Jair Bolsonaro estava “chancelando de fato” eram a dela e a de Eduardo Bolsonaro, que é filho do presidenciável e concorre à reeleição.

Antes de o vídeo ser apagado, militantes do PSL o gravaram com auxílio de um celular e o postaram nos grupos de WhatsApp.

Assista ao vídeo:

No vídeo, Joice cita também Janaina Paschoal, candidata a deputada estadual por São Paulo, como detentora da chancela de Bolsonaro para receber votos.

Com 67 candidatos do PSL no pleito correndo por uma vaga na Câmara, era de se esperar que o vídeo desagradasse pelo menos 65 deles.

E foi o que aconteceu.

Durante o fim de semana houve muitas críticas ao material divulgado por Joice. Integrantes dos grupos trocaram centenas de mensagens de texto e algumas de áudio.

Ouça trechos das mensagens divulgadas nos grupos de WhatsApp dos candidatos do PSL:

Nas mensagens, além de reclamações com palavras duras e xingamentos, muitos pediam a expulsão de Joice do partido — ou ao menos que a sigla aplicasse algum tipo de punição contra a candidata, algo que não aconteceu.

Fora do ambiente privado dos grupos, também houve críticas em redes abertas.

Uma deles partiu do ex-ator Alexandre Frota, que também disputa pelo PSL uma das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados.

Num tuíte, ele chama a colega de partido de “biscate”. Disse que ela “não vale nada” e criticou, ainda, o fato de ela ter recebido R$ 100 mil do fundo eleitoral por meio da direção nacional do partido.

O tuíte acabou sendo apagado pela equipe de Frota.

Por outro lado, em mensagens enviadas no grupo de candidatos, Frota aproveitou o episódio para ganhar a simpatia dos outros postulantes do PSL no pleito de 2018.

Como muitos criticaram os recursos dados a Joice, Frota disse que franquearia o uso de seus dois estúdios para que os candidatos pudessem tirar fotos ou produzir vídeos para as campanhas.

Ainda no campo aberto da internet, quem também usou o Twitter para se pronunciar foi Janaína Paschoal, sem citar diretamente a colega.

Em meio ao imbróglio, Joice apagou o vídeo.

A candidata disse que, por ser um vídeo ao vivo, acabou se expressando mal. Segundo ela, a intenção era dizer que há candidatos de outras siglas usando uma suposta chancela de Bolsonaro para tentar se eleger.

Não fui muito feliz na forma que coloquei o vídeo”, disse Joice. “[É um] risco [que se corre] por ser transparente. De vez em quando fala bobagem, tropeça na língua, mas seguimos em frente”, completou.

Joice disse que, após apagar o vídeo, preferiu não publicar um novo explicando a situação para não causar maiores confusões para o partido e para as campanhas.

Sobre Alexandre Frota, disse que irá representá-lo criminalmente, na Justiça Eleitoral e também dentro do PSL.

Por fim, a respeito do recebimento de R$ 100 mil do fundo eleitoral, Joice disse que o dinheiro realmente está na conta, mas que até agora não o movimentou.

O uso desse recurso é controverso no PSL, uma vez que o próprio Jair Bolsonaro já repudiou tanto a criação do chamado “fundão” quanto sua utilização.

Joice disse que está pensando se irá ou não usar a verba. Ao mesmo tempo em que se disse contrária ao “fundão“, reclamou que partidos como o PT estão com milhões deste recurso para gastar, e que nos próximos dias decidirá se vai ou não usar o dinheiro em sua campanha.

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