Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 16/Ago/2018 às 09:44 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Universitários que combinavam estupros são investigados pela polícia

Publicado em 16 Ago, 2018 às 09h44

Polícia investiga grupo de estudantes que combinava cometer estupros na universidade. Por meio de aplicativo de mensagens, jovens determinavam quando cometeriam os atos e quem seriam as vítimas. Agressores também publicavam comentários contra negros

estupro denúncia UFRA

Um grupo de jovens da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), no Pará, está sendo investigado por combinar e cometer estupros no campus da instituição de ensino superior.

A polícia civil recebeu diversas denúncias de alunas e decidiu abrir uma investigação. De acordo com os relatos, os rapazes tinham um grupo em aplicativo de mensagens para combinar quando seriam os abusos e quais seriam as vítimas.

O histórico das conversas vazou nas redes sociais e provocou revolta. Segundo a denúncia, o grupo reunia alunos de vários cursos da universidade. Imagens de alunas nuas também foram compartilhadas. As mensagens possuíam teor machista e faziam incitação ao estupro.

“Bora logo meter o estupro” e “Come ela por todos nós”, são algumas das mensagens registradas. Outra pessoa retruca e fala “Estupro não. Sexo surpresa”.

Em outros comentários é possível ler frases de teor racista como “Aí depois me perguntam por que não gosto de preto” e “Tô querendo comprar um anão. Acho que branco deve tá caro. Um negro deve ser mais barato”.

Uma estudante, que preferiu não se identificar, divulgou um desabafo: “Isso não é fofoca. Isso coloca em risco a vida dessas garotas. É deprimente essa situação numa universidade. Estamos sem proteção. Em um ambiente universitário essas coisas ainda acontecem infelizmente”.

Depoimentos

Na última segunda-feira (13), a polícia civil colheu depoimentos de dois dos suspeitos de integrar o grupo pró-estupro. Informações atualizadas das investigações apontam que oito vítimas registraram ocorrência até então e cinco estudantes já foram identificados.

O reitor da Ufra, Marcel Botelho, disse que “a universidade repudia totalmente esse tipo de ação”. “Nós não podemos cultivar a cultura do ódio. Não se pode combater crime com crime. O caso precisa ser investigado para que sejam tomadas as medidas certas”, afirmou.

Em nota, a UFRA disse que repudia ações de apologia a crimes feitas por meio de aplicativos de celular, pelos quais incorrem em comentários de cunho capcioso, ilegal e indignos à pessoa humana, além de apresentarem-se inadequados ao ambiente acadêmico.

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