Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 16/Ago/2018 às 12:08 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Mulher entra em pânico após Justiça soltar advogado que tentou matá-la

Publicado em 16 Ago, 2018 às 12h08

"Eu e minha filha estamos correndo risco de vida". Advogado que tentou matar mulher após ela terminar o relacionamento é posto em liberdade. Vítima está apavorada

advogado Demétrio Antônio Vargas de Mattos
Advogado Demétrio Antônio Vargas de Mattos espancou a ex-companheira em 2017. Ele não aceitava o fim do relacionamento

Na última semana, a Justiça de Minas Gerais colocou em liberdade o advogado Demétrio Antônio Vargas de Mattos. O homem foi preso em 2017 por espancar e tentar matar a ex-companheira em Belo Horizonte (MG).

A decisão da Sétima Câmara Criminal do TJ-MG deixou Kely Loyola apavorada. “Eu estou correndo risco de vida. Não só eu como a minha filha, por esse cara estar solto. Esse é o pior momento da minha vida […] tirou a paz. Estou enclausura, com medo de pisar na rua”, relatou a vítima.

O advogado estava preso preventivamente na Penitenciária Nelson Hungria e agora vai cumprir prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Kely conta que Demétrio é um homem extremamente violento e que a sua filha também corre risco com o homem nas ruas.

“O pânico não é só meu, é da minha família, é da minha filha, eu tenho uma filha de 18 anos. Então assim, aquele sossego, aquela paz que eu estava vivendo acabou. Eu não estou aguentando mais conviver com isso”, desabafou.

Defesa

A defesa de Demétrio Mattos alegou, no pedido de liberdade, que o homem precisa de tratamento especial porque sua saúde estaria se “deteriorando” no presídio.

Ainda segundo a defesa, a prisão “é um lugar que não dispõe de infraestrutura básica de segurança, higiene e dignidade para qualquer preso. Violando preceito de ordem constitucional”.

O crime

A tentativa de feminicídio contra Kely Loyola aconteceu no dia 1º de abril de 2017. Demétrio deu uma rasteira na vítima e depois passou a golpeá-la violentamente com socos e chutes. Segundo a Polícia Civil, foram constatadas 31 lesões corporais, principalmente na região do pescoço e da cabeça.

“Eu só não morri, porque os meus vizinhos me socorreram, ao contrário de muitas vítimas, que os vizinhos ouviram e deixaram. Com mais um chute dele, eu não estava aqui mais, os médicos falaram. Eu fiquei um mês sem memória por causa da hemorragia cerebral”, contou a mulher.

De fato, as imagens feitas pela polícia após as agressões são muito fortes e mostram o rosto de Kely completamente desfigurado. O Pragmatismo Político não divulgará as fotos.

Um dia antes do crime, Kely revelou ao homem que não queria mais continuar com o relacionamento. “No dia anterior eu falei que não queria ficar mais com ele […] Nós saíamos juntos e ele tinha um ciúme doentio. Eu não podia olhar para os lados. Ele tinha ciúme dos meus colegas de trabalho. Ele estava me sufocando”.

Depois que o caso veio à tona e o agressor foi preso, outras mulheres criaram coragem e denunciaram que também foram vítimas do advogado.

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