Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 20/Jun/2018 às 13:36 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Engenheiro pede desculpas por vídeo machista na Rússia: "sou pai de família"

Publicado em 20 Jun, 2018 às 13h36

Depois de ser identificado como um dos brasileiros que integram vídeo machista na Rússia, engenheiro diz que é pai de família, casado e culpa o álcool pelo assédio; ele também reclama da repercussão da imprensa. Luciano Gil Mendes já foi preso em 2015 pela Polícia Federal

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O engenheiro civil Luciano Gil Mendes de Coelho

Nesta quarta-feira (20), o engenheiro civil Luciano Gil Mendes de Coelho foi identificado como um dos homens que aparecem no vídeo machista que provocou vergonha nacional.

O engenheiro se diz arrependido por ter assediado a mulher estrangeira e pede desculpas. “Me desculpo com as mulheres. Somos seres humanos e erramos e além disso não conhecíamos ninguém, bebemos um pouco mais da conta e foi isso. Alguém que não conheço filmou. Mas aqui todos estavam brincando e todos entendem a agitação”, declarou Luciano.

Luciano disse que é casado, tem filha e que nunca agrediu nenhuma mulher: “Somos pais de família, trabalhadores e vocês estão acabando com a vida da gente… Quem está brincando carnaval exagera um pouquinho na bebida e às vezes passa do ponto. Peço desculpas às mulheres que possam ter se sentido ofendidas, mas estão transformando um copo d’água em uma tempestade”

“Aqui na Rússia, a Copa está muita animada, um carnaval”, disse Luciano. “No Brasil estamos com problema de educação, saúde, corrupção e vão fazer isso com a gente. Estão instigando os russos contra nós. Até agora eles foram muito solícitos, principalmente as russas. Carinhosas, afetivas. Os brasileiros estão instigando a violência aqui”, continuou.

Nas imagens registrados, os brasileiros dizem as palavras “boceta rosa” e fazem a estrangeira repeti-las.

Preso em 2015

Luciano foi secretário de Saúde e também de Educação do Piauí e chegou a ser preso pela Polícia Federal em 2015 durante operação que investigava desvios de recursos públicos e fraudes em licitações.

Segundo a investigação, o grupo de Luciano desviava dinheiro público, repasse do Ministério da Educação, que deveria ser usado para a construção creches e escolas e quadras esportivas.

Por causa dessa prisão, o Ministério Público (MP) entrou com uma ação de improbabilidade administrativa contra o grupo. Luciano é dono de uma empresa de construção.

Luciano é membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA-PI). Em nota, o órgão lamenta profundamente que o profissional “tenha participado do infame episódio de misoginia e sexismo realizado por um grupo de brasileiros durante a Copa do Mundo 2018”.

Atualmente, Luciano Gil Mendes faz doutorado em Portugal. Ele é formado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Justiça

Ainda nesta quarta-feira (20), a jurista russa Alyona Popova já oficializou uma denúncia contra os atos machistas dos brasileiros por violência e humilhação pública à honra e à dignidade. Com isso, o Ministério de Assuntos Interiores deve começar a investigar o caso de acordo com os relatos já publicados (saiba mais aqui).

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Luciano Gil Mendes (na ponta direita da imagem)

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