Redação Pragmatismo
Geral 29/Mar/2018 às 14:42 COMENTÁRIOS
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Bolsonaro fala pela 1ª vez sobre execução de Marielle Franco

Publicado em 29 Mar, 2018 às 14h42

Jair Bolsonaro acredita que assassinato de Marielle Franco só será elucidado caso alguém faça uma delação. Confira o que mais disse o presidenciável, que até então mantinha silêncio sobre o crime

Bolsonaro Marielle Franco
Jair Bolsonaro

O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) falou pela primeira vez sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). A declaração foi dada ao Portal 360, do jornalista Fernando Rodrigues.

Para Bolsonaro, a execução da vereadora só será esclarecida caso alguém resolva fazer uma delação. Confira trechos:

Por que o Sr. não comentou antes o assassinato de Marielle?

A gente conhecia a vida dessa parlamentar e suas bandeiras. Se eu falasse que ela era uma pessoa extremamente boa ou extremamente má, eu teria críticas de qualquer maneira. Então resolvi permanecer em silêncio, até para não politizar o assunto. Também poderia ser acusado de estar fazendo palanque em cima disso.

Eu respeito as mortes no Rio de Janeiro. Respeito opiniões completamente contrárias à minha que ela [Marielle] sempre tinha. Houve quase uma unanimidade por parte da mídia: me criticaram por causa do silêncio. A resposta que eu dou: eu tenho comparecido a enterros, basicamente policiais do Rio de Janeiro. Ontem [21.mar.2018], três ou mais perderam a vida lá.

São mortes de difícil apuração, mas é uma sinalização que a sociedade e aqueles que estão do lado da lei têm de se preocupar sobre o que está sendo feito de errado.

O meu diagnóstico é que [há uma] política de direitos humanos equivocada. As audiências de custódia, que não são uma lei, têm que acabar com isso aí. O politicamente correto, políticas de desencarceramento, de progressões de pena: você tem que mudar tudo isso aí. Até mesmo –apesar de estar garantido na Constituição– a questão do auxílio-reclusão. Tem que rever tudo isso aí.

E o mais importante de tudo: a questão do estatuto do desarmamento. O Estado que desarma apenas o cidadão de bem e deixa o outro lado a vontade, inclusive, com armas de guerra, é o Estado que não está preocupado com segurança pública.

Qual a hipótese que o sr. teria para esse crime ter sido cometido?

Pode ser uma coisa feita por pessoas extremamente amadoras. Pode ser também algo muito planejado. E com quais objetivos? Aí só com a apuração. Eu confio na apuração: nós vamos ter resposta para isso, se é amadorismo ou profissionalismo e com que interesse.

O sr. acha que vão realmente encontrar os mandantes e os executores?

Até o momento não temos imagem de todo o percurso [do automóvel com Marielle e dos assassinos]. Temos apenas a questão do lote da munição, que não entenderam e não vai ajudar em quase nada no esclarecimento. Se não tiver alguém denunciando e que tenha participando do evento, eu acho que dificilmente vai chegar a uma conclusão.

E não é só o caso dela. Mais de 90% dos crimes não são elucidados no Brasil. É uma Polícia Civil que não tem meios para exercer seu trabalho e que foi também, em grande parte, politizada no Rio de Janeiro ao longo dos tempos.

Ou seja, é muito difícil encontrar.

É muito difícil. O crime no Brasil compensa.

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