Direita

Senadora negra agredida por blogueira chora ao dizer que Justiça liberou agressão

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Senadora negra atacada por blogueira de direita chora ao dizer que tribunal liberou vídeo ofensivo e grosseiro contra ela. "Foi unanimidade, eu fico pensando o que passa na cabeça de um colegiado para achar que é normal algo assim. Ela me chamou de coisas terríveis"

A blogueira Joice Hasselmann (ex-Veja) e a senadora Regina Sousa

A senadora Regina Sousa (PT-PI) fez um discurso na tribuna do Senado onde contou ter sido derrotada no caso contra a blogueira Joice Hasselmann, que fez xingamentos preconceituosos contra ela.

Regina se emocionou ao fazer uma fala contra o racismo e o preconceito. Ela relatou que foi derrotada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal em uma ação que pedia que o Youtube retirasse o vídeo de Joice.

A blogueira chamou a parlamentar de “anta”, “gentalha” e “analfabeta”, entre outras palavras ofensivas.

“Foi unanimidade, eu fico pensando o que passa na cabeça de um colegiado para achar que é normal algo assim. Ela me chamou de coisas terríveis”, lamentou a senadora. Assista abaixo ao seu discurso.

VÍDEO:

Entenda o caso

A 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal suspendeu decisão liminar que obrigava o YouTube a excluir um vídeo no qual a blogueira Joice Hasselmann critica a senadora Regina Sousa (PT-PI).

“Anta”, “gentalha”, “semianalfabeta” e “cretina” foram alguns dos adjetivos usados pela blogueira ao se referir à senadora, que discursava no julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em primeira instância, uma liminar determinou a exclusão do vídeo. De acordo com a decisão a jornalista ultrapassou o limite da crítica ao imputar qualidades negativas a senadora, ofendendo a dignidade, de forma desnecessária.

Porém, após um recurso do Google, a decisão foi reformada em decisão monocrática do desembargador Diaulas Costa Ribeiro, agora confirmada pela 8ª Turma Cível do TJ-DF.

Para o relator, as expressões utilizadas por Joice Hasselmann, num momento de tensão nacional, não são suficientes para obrigar a exclusão do vídeo do YouTube.

Utilizando a Wikipédia — uma enciclopédia colaborativa na qual qualquer pessoa pode editar e inserir informações —, o relator ressaltou que a jornalista participou ativamente do processo de impeachment, em posição manifestamente antagônica à ex-presidente da República e, consequentemente, à senadora Regina Sousa.

“A liberdade de expressão, para ser garantida, não precisa ficar confinada ao debate polido entre estranhos políticos”, disse o desembargador. Assim, ele concluiu, sendo seguido pelos demais integrantes do colegiado, que neste caso deve prevalecer a liberdade de expressão, devendo o vídeo ser mantido no Youtube.

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