Redação Pragmatismo
Racismo não 30/Jun/2017 às 10:01 COMENTÁRIOS
Racismo não

Polícia diz que mãe pode ter mentido sobre sequestro de filha

Publicado em 30 Jun, 2017 às 10h01

Depoimento de mãe negra que denunciou tentativa de sequestro da filha branca pode ter sido inventado, diz polícia. Delegado conta que imagens de segurança e testemunhas desmentem a versão da jovem; advogado contesta

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O relato de Jamille Edaes, 22 anos, sobre a tentativa de sequestro da filha durante uma parada de ônibus entre São Paulo e Belo Horizonte pode ter sido forjado. É o que sustentam policiais envolvidos na apuração do caso (relembre o depoimento aqui).

De acordo com a polícia, uma análise inicial de imagens de câmeras de segurança da parada de ônibus Perdões, Minas Gerais, não identificou crimes contra a mãe de 22 anos que relatou ter sido vítima de injúria racial por ser negra e ter a filha de pele branca.

Jamille afirma que as agressões aconteceram no banheiro. O delegado Ailton Pereira, responsável pelo caso, afirmou que os vídeos não mostram que ela tenha entrado no banheiro e indicam que a jovem apenas lanchou e voltou para o coletivo em que viajava.

O advogado de Jamille, por sua vez, afirma que ela usou o sanitário para trocar as fraldas da criança. Um inquérito foi aberto depois que Jamille procurou a delegacia para denunciar o caso.

Segundo a jovem, funcionários da lanchonete questionaram de quem era a criança. Mesmo afirmando que era a mãe, Jamille diz que eles não acreditaram, por ela ser negra e a filha ser de pele branca.

A estudante relata também que uma mulher com uniforme da lanchonete chegou a tomar a criança de seu colo e entregá-la a uma terceira pessoa. Jamille diz que teve de mostrar documentos comprovando que era a mãe da menina.

“As imagens são nítidas. Ela desce do ônibus com a criança, volta para pegar o suco, compra o salgado, paga e depois volta para o veículo. Fica o tempo inteiro no celular, enquanto a menina fica correndo de um lado para o outro. Pelo vídeo, não aconteceu nada”, afirma o delegado. Segundo ele, funcionários do ponto de parada foram ouvidos e também contradisseram as acusações da mãe.

“Vamos ouvi-la nos próximos dias, por carta precatória ou vamos enviar uma equipe até Betim para colher o depoimento dela”, completou.

Marcelo Machado, advogado de Jamille, sustenta que a cliente entrou no banheiro e sofreu injúria racial.

“O que é fato é que ela entrou no posto e foi abordada por um funcionário já questionando sobre a mãe da menina. Depois, outro funcionário chegou e perguntou sobre a mãe da criança e ela respondeu que era ela. Quando foi pagar a conta, um terceiro funcionário questionou sobre a menina. Momento em que foi ao banheiro trocar a fralda da garota, quando foi abordada pela servidora que estava lá dentro. A mulher pegou a criança e estava entregando a uma terceira pessoa, quando ela interveio. Nesse momento, mostrou os documentos e a terceira pessoa também alegou que não era a mãe da menina”, disse o defensor.

O advogado informou que vai aguardar o fim das investigações para tomar as medidas judiciais necessárias. “Primeiro vamos esclarecer a investigação no tocante a esses fatos da injúria racial. E tão logo isso ocorra vamos tomar as medidas possíveis na área cível para que ela seja ressarcida”, concluiu.

com informações de Estado de Minas

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