Redação Pragmatismo
Política 08/Mar/2017 às 15:46 COMENTÁRIOS
Política

As imagens e os detalhes do regabofe de Noblat que contou com a 'nata' da política

Publicado em 08 Mar, 2017 às 15h46

Jantar de Noblat reuniu os donos do poder: caciques da política, do judiciário e da mídia. Brindavam e trocavam sorrisos o presidente Michel Temer e Gilmar Mendes, o homem que irá julgá-lo no TSE. Ministros, ex-ministros, réus, investigados. Todos confraternizaram. Confira os detalhes

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Festa de Ricardo Noblat (Imagem: Pragmatismo Político)

Jornal GGN

No jantar de comemoração dos 50 anos de carreira do jornalista Ricardo Noblat, no restaurante Piantella, em Brasília, na noite desta terça (07), teve presidente da República dizendo que não se preocupa com a segunda lista de Janot, teve Aécio Neves (PSDB) defendendo a absolvição do caixa dois e que não se deve “misturar” em “um mesmo bolo” políticos acusados na Lava Jato, e a suspeita de que Chico Alencar (PSOL-RJ) diferenciou Aécio dos peemedebistas Renan Calheiros e Romero Jucá.

Michel Temer ficou menos de trinta minutos no restaurante que reunia ministros, ex-ministros, deputados e senadores de vários partidos. Com jornalistas presentes no encontro que celebrava a carreira de Noblat, o presidente disse que não se preocupa com a chamada segunda lista de Janot, que deve chegar esta semana no Supremo Tribunal Federal (STF) com os pedidos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de inquéritos dos políticos acusados nas delações da Odebrecht.

Se eu for me preocupar com isso, não faço mais nada. Não estou preocupado. Cada Poder cuida de uma coisa“, disse Temer. Também questionado sobre o processo que pode encurtar o seu mandato, Michel Temer disse que espera que a ação seja julgada e ensaiou um “tanto faz” para a estratégia adotada por ele do desejo de separar as responsabilizações de Dilma Rousseff e dele na chapa em julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Após dizer que Herman Benjamin, ministro corregedor do TSE, que está com a relatoria da ação da cassação, está “cumprindo o papel dele“, Temer mudou rapidamente de assunto, emendando que o seu objetivo pessoal “é levantar o país“.

A economia está indo numa onda excepcional, crescendo substancialmente. Meu único objetivo é colocar o país nos trilhos“, afirmou, ignorando todos os cenários de preocupação que recaem sobre o seu governo e a cúpula, ameaçados pelas delações da Odebrecht nos avanços da Lava Jato nos ilícitos e esquemas de corrupção envolvendo o PMDB e o PSDB.

Já dentro do restaurante, mostrou que “ainda não sabe o que fazer” com Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil licenciado por saúde. A referência é o título da coluna do próprio jornalista Noblat, que informa que Padilha quer voltar. Apesar de os boletins médicos indicarem que o desejo do peemedebista, na verdade, era não voltar e prolongar sua licença, no ápice das acusações contra ele, o seu afastamento está gerando mais repercussões negativas que a volta.

Por isso, Temer e Padilha analisam como fazer o ministro retomar os trabalhos. Publicamente, o presidente apenas afirmou que “Ele [Eliseu Padilha] está em convalescença, mas em uma ou duas semanas, estará de volta“.

Ao que tudo indica, Padilha recuperará a saúde. Mas dificilmente recuperará as condições políticas para continuar no cargo. Ele pode não saber disso, mas Temer sabe, e sabem ministros e assessores que o cercam. Ocorre que Temer tem um problema que jamais conseguiu resolver. Apesar de sua longa trajetória de homem público, ele não enfrenta com naturalidade a tarefa de ter que se afastar de um amigo“, publicou o jornalista em sua coluna.

E diz mais. Tenta convencer que a saída de Padilha não foi uma medida do próprio Michel Temer para paralisar as repercussões negativas em todo o governo e cúpula. O jornalista ainda exemplifica com o afastamento de Jucá, “coincidentemente” em pleno ápice também das acusações contra o senador.

Atribui-se a Temer a demissão de Romero Jucá (PMDB-RR) do Ministério do Planejamento quando se tornou público seu comentário sobre a necessidade de se estancar “a sangria” provocada pela Lava Jato. Na verdade, Jucá saiu ao concluir que não poderia mais ficar. Foi premiado por Temer com a função de líder do governo no Congresso“, afirma. Por outro lado, Noblat assume: “É Jucá que segue mandando no Ministério do Planejamento“.

E foi quando Temer já saia de sua rápida presença no restaurante, para privilegiar a carreira do amigo Noblat, que Aécio Neves (PSDB) tentou amenizar o sentimento de quase todos os alvos da Lava Jato. Para o tucano, não se pode “misturar” em um “mesmo bolo” os primeiros acusados, no caso até o momento integrantes do PT, daquele demais que obtiveram caixa dois para financiar a campanha.

Todo mundo vai ficar no mesmo bolo e abriremos espaço para um salvador da pátria? Não, é preciso salvar a política. (…) Um cara que ganhou dinheiro na Petrobras não pode ser considerado a mesma coisa que aquele que ganhou cem pratas para se eleger“, disse, continuando: “Visto de longe tem-se a impressão de que todos são iguais no universo da política e praticaram os mesmos atos“.

Com a concordância dos presentes, o senador se entusiasmou na lógica: “Vamos nos autoexterminar?“, questionou na quase auto confissão. “É preciso salvar a política. Não podemos deixar que tudo se misture“, completou.

Acompanhe algumas fotos da noite, divulgadas pela Folha de S. Paulo e site do Planalto:

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Ricardo Noblat e Michel Temer (reprodução)
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Ricardo Noblat e Michel Temer (reprodução)
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Ricardo Noblat e Michel Temer (reprodução)
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Festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)
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Festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)
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Festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)
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Festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)
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Ricardo Noblat e José Serra (reprodução)
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Gilmar Mendes, Michel Temer em festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)
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José Serra e Michel Temer na festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)
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Festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)
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Festa de Ricardo Noblat, em Brasília (reprodução)

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